Câmara mantém contrapartidas exigidas dos estados para suspender suas dívidas

Câmara mantém contrapartidas exigidas dos estados para suspender suas dívidas

Plenário rejeitou destaque do PCdoB que pretendia retirar emendas

Correio do Povo

Câmara mantém contrapartidas exigidas dos estados para suspender suas dívidas

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* Com informações da Agência Câmara

O plenário da Câmara rejeitou, por 302 votos a 98, o destaque do PCdoB ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/17 que pretendia retirar do texto as contrapartidas exigidas dos estados em nome da suspensão do pagamento de suas dívidas com a União. Entre essas contrapartidas estão a privatização de empresas, o congelamento de salários, o aumento da contribuição previdenciária e o cancelamento de subsídios tributários.

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Os parlamentares também rejeitaram por 303 votos a 51 o destaque do Psol que tinha o mesmo intuito.  A diferença em relação ao destaque do PCdoB, votado anteriormente, é que o primeiro propunha a retirada das contrapartidas e de outros dispositivos relacionados à formulação de leis que as viabilizem.

Os deputados aprovaram na terça-feira o texto-base da proposta, na forma do substitutivo do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ). A proposta enfrenta resistência de parlamentares que não concordam com as contrapartidas impostas pelo governo federal aos estados que aderirem ao Regime de Recuperação Fiscal criado pela proposta.

Para o relator, deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), retirar as contrapartidas é desconstruir a ideia de recuperação fiscal. “Quem está pagando a conta no final é o contribuinte. Por isso, há necessidade das contrapartidas e das vedações, para que esse ajuste seja feito e os estados possam recuperar sua saúde financeira, colocando salários em dia, regularizando serviços de saúde e de segurança pública”, disse.

O deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS), que é contrário às contrapartidas, disse que a crise é do governo do Rio Grande do Sul e não do estado. “O Rio Grande, que produz milho, soja, carne, arroz, esse não está mal. O que está mal é o governo do estado, que não gera arrecadação com a exportação de boa parte desses produtos por conta de desonerações da Lei Kandir”, criticou Mattos. “Aí o governo federal diz que vai compensar o estado pela desoneração da Lei Kandir, mas não compensa. Nós devemos sim, queremos pagar, só que o governo nos deve e não quer pagar”, finalizou.

A Lei Kandir determina que uma lei complementar deve ser aprovada pelo Congresso para compensar os estados com a perda da arrecadação em razão da desoneração do ICMS sobre a exportação de produtos e serviços.

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