Câmara rejeita tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600

Câmara rejeita tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600

Proposta alteraria parte do texto da PEC dos Benefícios, que amplia o auxílio de R$ 400 para R$ 600 apenas até o fim do ano

R7

Emenda foi aprovada junto com a LDO para 2022, na última quinta-feira

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Com apoio do governo, a Câmara dos Deputados rejeitou, nesta quarta-feira, a proposta para tornar permanente o pagamento de parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil. A votação ocorreu na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia benefícios sociais neste ano de eleições.

O projeto já foi aprovado em primeiro turno. Ainda durante a votação em primeiro turno, o PSB e o PSOL apresentaram dois destaques (alteração ao texto-base) para tornar permanente o aumento do valor das parcelas do benefício.

A proposta foi apoiada pela oposição, mas criticada pela base governista. Partidos da base, como PL e PP, orientaram voto contrário à proposta de um auxílio permanente. Líder do PSB, Bira do Pindaré (MA) criticou a PEC, chamando-a de eleitoreira, pelo fato de durar apenas até o fim do ano. Vice-líder do governo, o capitão Alberto Neto (PL-AM) rebateu que não se trata de uma questão eleitoreira, mas sim de responsabilidade, "de usar o recurso de maneira responsável". 

O que prevê a PEC

Estado de emergência: institui em 2022 o estado de emergência "decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes". Partidos contrários criticam o termo "imprevisível" e dizem que a economia é sempre imprevisível. As despesas geradas pela matéria serão atendidas por meio de crédito extraordinário.

Auxílio Brasil: passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, até o limite do custo de R$ 26 bilhões. O  valor vai ser pago entre agosto e dezembro. De acordo com a matéria, o governo terá de zerar a fila para recebimento do benefício. Assim, a previsão é que o programa passe a atender 19,8 milhões de famílias.

Voucher para caminhoneiros: prevê o pagamento, de julho a dezembro deste ano, de um auxílio mensal aos caminhoneiros no valor de R$ 1.000, com o limite de R$ 5,4 bilhões para os cofres públicos. O benefício deve chegar a quase 900 mil profissionais. Para evitar o recebimento indevido do voucher, somente transportadores registrados como autônomos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) até 31 de maio de 2022 receberão o benefício.

Voucher para taxistas: pagamento de seis parcelas, entre julho e dezembro deste ano, a taxistas registrados até 31 de maio, até o limite de R$ 2 bilhões de custo aos cofres públicos. O texto ainda não definiu qual será o valor individual do subsídio a cada motorista de táxi.

Auxílio Gás: o valor será dobrado. Atualmente, as famílias beneficiadas têm direito a um valor equivalente ao preço de meio botijão de gás de 13 kg a cada dois meses. O texto eleva esse valor para o equivalente ao preço de um botijão de gás. Vale de julho até o fim de 2022. A previsão de gasto é de R$ 1 bilhão.

Gratuidade dos idosos: repassar R$ 2,5 bilhões à União, estados, Distrito Federal e municípios que dispõem de serviços de transporte público urbano e metropolitano. O objetivo é minimizar as perdas das companhias em razão da gratuidade da tarifa oferecida a passageiros com 60 anos ou mais, conforme previsto no Estatuto do Idoso.

Alimenta Brasil: previsão de uma suplementação de R$ 500 milhões ao programa, que tem como finalidade promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra comida produzida pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e a destina a pessoas em situação de insegurança alimentar.

Compensação ao etanol: compensação financeira à cadeia produtiva do etanol na ordem de R$ 3,8 bilhões, em cinco parcelas mensais de R$ 760 milhões entre agosto e dezembro deste ano. O valor será repassado exclusivamente a estados que outorgarem créditos tributários do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos produtores ou distribuidores de etanol hidratado em seu território.

Biocombustíveis: como a proposta foi anexada à PEC dos Biocombustíveis, a matéria também prevê benefícios tributários a esses combustíveis. A ideia é garantir maior competitividade, por exemplo, ao etanol, diante dos combustíveis fósseis, como gasolina.


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