Capitão Bolsonaro é o escolhido para comandar um Brasil rachado

Capitão Bolsonaro é o escolhido para comandar um Brasil rachado

Desafio do novo presidente será colocar em prática o seu discurso

Taline Oppitz

Capitão Bolsonaro é o escolhido para comandar um Brasil rachado

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O esperado se confirmou e Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil. Uma série de fatores contribuíram para a vitória. O descrédito generalizado com o status quo, sua viabilização não apenas como o antipetista, mas como o antissistema, e claro, o foco do PT na defesa de Lula e a incapacidade do partido de assumir qualquer posição que não seja a de protagonista.

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A primeira fala de Bolsonaro foi por meio das redes sociais, prática utilizada durante toda a campanha e que deve marcar também o governo. Em seguida, em manifestação a um representante de toda a imprensa, Bolsonaro leu texto evidentemente pensado e marcado por diversos símbolos. Bolsonaro fez claramente um discurso pacificador, de união e com respostas a críticas que marcaram a disputa, a mais radicalmente polarizada da história do país.

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O presidente eleito mencionou Deus, a Constituição, liberdade, mulheres e minorias e a Amazônia. O desafio de Bolsonaro a partir de agora é imenso e dependerá também de sua capacidade de exercer, na prática, o que leu. Bolsonaro irá comandar um país complexo como o Brasil, rachado, com número recorde de representação de partidos no Congresso, oposição ferrenha, considerando a fala do candidato derrotado Fernando Haddad (PT) e com temas polêmicos e delicados pela frente, como as reformas, entre elas, a da Previdência. E sob desconfiança internacional.

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Bolsonaro sai reforçado politicamente pelo resultado das urnas, e já deixou claro que pretende explorar o cenário de largada, apresentando medidas consideradas estruturais logo no início do mandato. Algumas delas, aliás, em que já há articulação visando a aprovação ainda neste ano, antes da posse de Bolsonaro e dos novos parlamentares eleitos à Câmara dos Deputados e do Senado. A composição do governo também será complicada. Por ora, poucos homens fortes e próximos a Bolsonaro têm lugar garantido, como Onyx Lorenzoni (Dem), Magno Malta (PR), Marcos Pontes e Paulo Guedes.




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