Carlos Gomes critica contaminação política na discussão do voto impresso

Carlos Gomes critica contaminação política na discussão do voto impresso

Deputado federal gaúcho alega "má vontade" por parte da justiça eleitoral na adesão da medida

Correio do Povo

A conversa ocorreu na tarde dessa quarta-feira, no programa "Boa Tarde Brasil" da Rádio Guaíba

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O deputado federal gaúcho Carlos Gomes (Republicanos) lamentou que a discussão da projeto de emenda à Constituição que instituía o voto impresso teria sido contaminada politicamente entre bolsonaristas e não bolsonaristas, resultando na rejeição do projeto na Câmara dos Deputados, na terça-feira da semana passada. Proposta pela deputada Bia Kicis, a PEC 135/2019 era defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e previa que fosse adotada a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”. Na Câmara dos Deputados, recebeu mais votos favoráveis. No entanto, por se tratar de uma PEC, não atingiu o mínimo de votos necessários, 308. 

O deputado explicou, em entrevista ao programa ‘Boa Tarde Brasil’, da Rádio Guaíba, que em função da pressão feita por alguns radicais o processo de votação foi prejudicado. “Deputado sem opinião formada mudou o voto só na pirraça, prejudicando o processo”. Além disso, segundo Carlos Gomes, o clima era de “má vontade” por parte da Justiça Eleitoral em aderir à medida, uma vez que sempre apresentava justificativas contrárias. O deputado relembrou ainda que o projeto já havia sido discutido em plenário  em 2015. “Achei que já tinha sido superado (o tema)”, disse ele, citando o veto da então presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto. Na época, os deputados derrubaram o veto mas, por decisão do STF, o texto foi considerado inconstitucional e precisaria retornar ao Congresso em formato de PEC. “Fico chateado por ter enfrentado mais uma vez esse tema”, lamentou.

No programa, avaliou que as últimas decisões da Corte corroboram o argumento de que há intervenções do poder Judiciário sobre o Legislativo. “As instâncias superiores deveriam, pelo menos, dar um bom exemplo. Ao invés de ficar promovendo brigas fúteis que não resultam em nada”, criticou. “Quando o primeiro ministro do STF for caçado, será uma mensagem muito forte”, comentou. 

Sobre seu mandato, Carlos Gomes citou o projeto de lei que prevê a criação da Zona Franca do Vinho. O texto institui que em determinados municípios do Estado, os produtos originários da uva possam ser comercializados sem as taxas de PIS/Cofins. “O objetivo é tentar nivelar os produtores dentro dos custos de produção. Estimular a competitividade dos nossos produtos”. 

Além do deputado, participaram do debate, mediado por Júlio Ribeiro, também o deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo), o professor de administração Marcelo Berger e o jornalista Políbio Braga.


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