CCJ da Câmara aprova parecer favorável à prisão de Chiquinho Brazão, no caso Marielle

CCJ da Câmara aprova parecer favorável à prisão de Chiquinho Brazão, no caso Marielle

Deputado é investigado como suposto mandante da morte da vereadora do Rio de Janeiro

Correio do Povo

Brazão alega que embates políticos não justificam acusações contra ele no caso Marielle

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta quarta-feira, o parecer favorável à manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). A decisão teve 39 votos favoráveis e 25 contrários, com uma abstenção. Agora, a questão segue para o plenário da Casa. Mais cedo, foi aberto processo no Conselho de Ética para a cassação do mandato do político.

Brazão está preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por conta das investigações por ser suposto mandante da morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele foi alvo da Polícia Federal (PF) juntamente com o seu irmão, Domingos Brazão.

Na sessão da CCJ no último dia 26, Brazão disse aos deputados, via chamada de vídeo, que os debates que mantinha com a vereadora não justificam a ligação dele com o assassinato. Em março de 2018, quando ocorreu o crime, Chiquinho Brazão era, assim como Marielle, vereador pelo Rio de Janeiro.

Segundo Brazão, as discussões na Câmara Municipal em torno do projeto de lei que regulamentava "em um período de um ano os condomínios irregulares" não podem ser usadas como motivo para acusá-lo de ser um dos mandantes do crime.

De acordo com a Polícia Federal (PF), a "repugnância" dos irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão em relação à atuação da parlamentar pode ter motivado o homicídio. Em relatório, a PF afirma que a atuação de Marielle afrontava "os interesses dos Brazão no tocante a políticas fundiárias, em especial, em áreas de milícia".

Em delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como executor da vereadora e do motorista, disse que Marielle estava "atrapalhando os interesses dos irmãos, em especial, sua atuação junto a comunidades em Jacarepaguá, em sua maioria dominadas por milícias, onde se concentra relevante parcela da base eleitoral" da família Brazão.

Agora, cabe à Câmara definir se Brazão continua preso ou não. Após a votação do parecer pela comissão, a análise seguirá para o plenário, onde são necessários 257 votos, ou seja, a maioria absoluta, para se chegar a uma decisão. O parlamentar foi expulso do União Brasil, partido ao qual era filiado, em 24 de março, mesmo dia da prisão dele.


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