Cenipa diz que vários fatores causaram acidente que matou Eduardo Campos
Relatório relata que nenhum dos pilotos tinham feito cursos para pilotar a aeronave
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De acordo com o relatório, nem o piloto Marcos Martins, nem o copiloto Geraldo Magela da Cunha tinham feito cursos para pilotar aquela aeronave, modelo Cessna 560 XL. Martins tinha formação para operar um jato do modelo anterior, mas o copiloto não tinha treinamento em nenhum dos modelos. "A falta de conhecimento da tripulação pode ter feito com que suas ações ficassem atrasadas em relação à sequência de eventos da cabine.
Além de não ter feito o curso para operar a aeronave, os padrões de voz do copiloto gravados durante o voo demonstraram que ele aparentava fadiga e sonolência. Além disso, em treinamentos e voos anteriores, ele havia se comportado de forma "passiva no voo", não respondendo adequadamente a situações de emergência", assinala o relatório.
O documento do Cenipa revelou que a tripulação da aeronave fez a aproximação da pista de pouso de modo diferente do padrão. Minutos antes do acidente, o piloto informou por rádio que tinha tomado os procedimentos para pouso, mas a posição da aeronave era outra. Ele deveria ter feito duas curvas no espaço aéreo próximo à pista de pouso - chamadas "bloqueio" e "rebloqueio" -, mas seguiu direto em direção à pista, em uma espécia de "atalho".
Além disso, a tripulação não solicitou ao controle de tráfego aéreo informações sobre as condições de visibilidade da pista em nenhum momento. Na hora do acidente, chovia, havia névoa e a visibilidade era prejudicada. No momento do impacto, a aeronave voava em uma velocidade muito mais alta do que o comum. Os motores, que geralmente resistem a impactos, ficaram deformados. As revisões do avião estavam em dia e os sistemas de funcionamento da aeronave eram adequados.
Relatório Alternativo
Um relatório alternativo será apresentado nesta quarta-feira, às 9h30min, pela Associação Brasileira de Parentes e Vítimas de Acidentes Aéreos, em São Paulo. Segundo a associação, todas as famílias concordaram com a confecção do relatório, mas três delas têm advogados acompanhando de perto as famílias do piloto, do co-piloto e de um passageiro. A associação adiantou que o relatório vai expor falha mecânica da aeronave, um Cessna 560 XL.
A aeronave, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá, no litoral paulista. Quando se preparava para pouso, por volta de 10h, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave.
Alem de Eduardo Campos, morreram no acidente os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins e Alexandre Severo e Silva, Carlos Augusto Leal Filho, Pedro Valadares Neto e Marcelo de Oliveira Lyra, assessores do ex-governador de Pernambuco.
Em relatório preliminar divulgado em janeiro do ano passado, o Cenipa já havia descartado as hipóteses de que o Cessna tivesse colidido com aves, drones ou outras aeronaves. Também foi desconsiderada a ocorrência de incêndio durante o voo. Segundo esse relatório, divulgado em janeiro, o avião não estava voando invertido antes da queda, e os motores funcionavam no momento do impacto com o solo.