Certas medidas são fundamentais para combater recessão, diz Temer em evento

Certas medidas são fundamentais para combater recessão, diz Temer em evento

Presidente discursou durante entrega do Prêmio Mérito Brasil de Governança e Gestão Públicas

AE

Presidente discursou durante entrega do Prêmio Mérito Brasil de Governança e Gestão Públicas

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O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira, que o País atravessa um período de recessão e que o governo combate este processo. Para isso, segundo ele, "certas medidas são fundamentais". "Qual é o governante
que não gosta de gastar? Gostaria de ter a burra cheia (de dinheiro) e distribuir. Agora tem o programa tal, agora tem o programa tal, mas isso não é possível", comentou o presidente, durante discurso na entrega do Prêmio Mérito Brasil de Governança e Gestão Públicas, entregue hoje na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.

Temer defendeu ainda a necessidade de se gastar menos, gerir "com competência" os recursos públicos e "gastar aquilo que se arrecada", disse. Ao abordar as medidas "fundamentais" para a economia, o presidente citou a PEC 55, que está no Senado e estabelece um teto para os gastos públicos tendo como parâmetro a inflação do ano anterior.

Temer voltou a citar, inclusive, um discurso feito pela ex-primeira ministra Margaret Thatcher, no Parlamento do Reino Unido, no qual ela defendia que não existe um dinheiro público e outro privado. "Não. O dinheiro público vem do setor privado", disse Temer. "E todo e qualquer programa precisa ser muito bem ajustado, e ajustado à realidade histórica e política que o País atravessa", acrescentou.

Temer participou nesta terça-feira da entrega do Prêmio Mérito Brasil de Governança e Gestão Públicas. Antes do início da cerimônia, foi observado um minuto de silêncio em respeito ao acidente aéreo que vitimou membros da Associação Chapecoense de Futebol e jornalistas, na Colômbia.

No início de sua fala, Temer lamentou novamente o acidente com a equipe da Chapecoense e informou que a Aeronáutica e o Itamaraty ajudarão os familiares. "É um fato tristíssimo".

Durante a cerimônia, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, recebeu um dos prêmios em nome da instituição. Também foram premiados o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Banco do Nordeste (BNB), o Ministério da Educação (MEC) e a Caixa Econômica Federal.

Além dessas seis instituições, foram premiadas cinco cidades em função dos serviços oferecidos à população, uma de cada região do País: Araguaína (TO), Fortaleza (CE), Nova Andradina (MS), São José do Rio Preto (SP) e Araranguá (SC).

Manifestações

Temer voltou a dizer que o governo não deve se preocupar com as manifestações, que elas são legítimas desde que não usem de violência e fazem parte da democracia. "Desde que pautadas pela legalidade, nós não temos que nos preocupar (com as manifestações). Temos que admiti-las como fruto da democracia", afirmou.

O presidente citou as manifestações, que começaram em 2013, e diz que elas demonstram que as pessoas querem eficiência nos serviços públicos e nos serviços privados. "É por isso que ao longo do tempo têm acontecido as manifestações", disse.

Movimentos estudantis e sociais esperam reunir nesta terça-feira, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, 20 mil pessoas num ato contra o governo Michel Temer. No rastro da crise provocada pelos questionamentos éticos envolvendo o Planalto e os ex-ministros Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), os organizadores do evento pretendem realizar o maior protesto na capital no mandato do atual presidente.

Com o grito de ordem "Fora Temer", as entidades criticam a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, a antiga PEC 241, que limita o crescimento dos gastos públicos da União, e a Medida Provisória que estabelece mudanças no ensino médio.

Assim como fez na noite desta segunda-feira, 28, quando participou de um evento com empresários e pediu otimismo e colaboração, Temer também fez um apelo à plateia do prêmio para que ajudem o País a sair da crise. "Estou vendo público atento, capaz de reproduzir as necessidades do País e confiar no País", disse, destacando que "o pessimismo puxa para trás e otimismo leva pra frente".

Prêmio

Na cerimônia, órgãos como Banco Central, Caixa Econômica e Ministério da Educação foram premiados. "Eu me sinto muito feliz porque o TCU tem falado comigo sobre o tópico da governança e dei o apoio possível. Quando vejo premiar o BC, o Mendonça Filho (ministro da Educação), a Caixa Econômica, eu digo: o governo está no caminho certo", afirmou Temer.

O presidente disse ainda que um fato que chamava atenção na premiação é o fato de órgãos dos governos estarem sendo prestigiados por quem fiscaliza o poder público. "O controle externo aplaude o controle interno", disse, ressaltando que "sem governança adequada não seremos país justo e desenvolvido que todos aspiramos".

Temer afirmou também que os vários Poderes do Estado precisam se entrosar para o País crescer e se desenvolver e que a eficiência e boa gestão têm papel chave para o futuro do Brasil. "O TCU tem uma tarefa constitucional e vem cumprindo este papel com muita adequação. Precisamos nos entrosarmos, os organismos em geral. Para que possamos fazer o País crescer e se desenvolver", concluiu.

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