Cid relatou entrega de dinheiro "em mãos" a Bolsonaro, diz revista
Tenente-coronel admitiu aos investigadores que participou da venda relógios e que o dinheiro foi depositado na conta do seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid
publicidade
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal que entregou nas mãos do ex-chefe do Executivo parte do dinheiro proveniente da venda de joias no exterior. As informações são de uma reportagem da revista Veja publicada nesta sexta-feira.
Conforme a reportagem, Cid admitiu aos investigadores que participou da venda relógios e que o dinheiro foi depositado na conta do seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid. Bolsonaro então teria recebido em mãos US$ 68 mil, entregues de forma parcelada, com um repasse nos Estados Unidos e outro no Brasil.
As joias foram recebidas por Bolsonaro em decorrência de seu cargo e, por isso, deveriam ser incorporados ao acervo da União. Porém, as peças foram omitidas dos órgãos públicos, incorporadas ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociadas para fins de enriquecimento ilícito. Cid disse que achava que a venda poderia ser imoral, mas não acreditava em uma ilegalidade das vendas.
Também de acordo com a reportagem da Veja, o tenente-coronel teria dito que a ideia de vender as joias surgiu como uma forma de "bancar as despesas" processuais de Bolsonaro. "O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas", disse a revista.