Com discurso de união, governadores do Cosud prometem que “decisões não serão no voto”

Com discurso de união, governadores do Cosud prometem que “decisões não serão no voto”

Um dos assuntos centrais do encontro, a segurança pública, já gerou divergências

Flávia Simões

Quatro dos sete governadores estiveram presentes no primeiro dia do encontro

publicidade

O primeiro dia do Cosud, em Porto Alegre, começou com a garantia dos quatro, de sete, governadores que compõem o bloco, sendo eles Eduardo Leite (PSDB-RS), Renato Casagrande (PSB-ES), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR), de que as decisões tomadas em conjunto pelo consórcio, que visa ações de integração entre as regiões do Sul e Sudeste, não serão 'no voto' e, sim, 'em consenso'. Com diferenças ideológicas e com ao menos três possíveis presidenciáveis para 2026, os governadores garantiram que as diferenças partidárias não devem ser um empecilho. “A forma de decisão não é por votação. Nós decidimos aqui por consenso. Se tem consenso, é a posição do consenso, se não tem consenso, é a posição de cada um”, afirmou Casagrande.

Alguns temas, inclusive, já foram motivo de desencontro de ideias entre os governadores, a exemplo de pontos da reforma tributária, confessou Casagrande, mas as conversas focaram “naquilo que interessava os Estados”. Na segurança pública, um dos temas centrais dessa edição do Cosud, também. "Vamos trabalhar naquilo que une nossas posições. Outras posições não serão proibidas, mas os governadores poderão fazer sozinhos ou com outros governadores, não como consórcio”, exemplificou o governador capixaba, argumentando ainda que “o consórcio não tira de cada um nós o pensamento político”.

“Em tudo que nós pudermos convergir, a gente trabalha conjuntamente em favor das nossas populações. Onde houver divergência, de forma respeitosa, a gente dialoga, debate, se puder construir convencimento numa direção, que bom. Se não houver, respeitosamente vamos tratar dos outros tantos pontos onde houver convergência”, afirmou Leite. “Todo mundo tem que arbitrar e administrar diferenças, na família, no trabalho, e aqui não é diferente”.

A partir de amanhã os governadores Tarcísio Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, se juntam aos demais para as reuniões do grupo. Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, não comparecerá por motivos de saúde.

Veja Também

Consórcio apresentará proposta para segurança pública

Um dos temas que deve centralizar as discussões do encontro é a segurança pública. Ações a serem tomadas em conjunto na área, principalmente no enfrentamento ao crime organizado, será um dos pontos centrais do debate. Segundo o presidente do Cosud, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), o consórcio deverá elaborar uma proposta de ação para ser levada ao Congresso Nacional. “Muitas vezes a lei que nós temos hoje acaba não ajudando quem está na rua a cumprir sua missão. Acaba enxugando gelo”, disse.

O enfrentamento ao crime organizado deve ganhar especial atenção, afirmou Leite. “Não podemos ficar só esperando o governo federal”, reiterou o governador, que afirmou, entretanto, que “nenhuma posição do Cosud será para fazer oposição a um governo, região ou o governo federal”.

Reforma tributária será assunto da primeira reunião

A reforma tributária é o primeiro tema a ganhar atenção na reunião entre os governadores nesta sexta-feira, segundo dia do encontro. O governador Eduardo Leite afirmou que os secretários da Fazenda dos sete estados foram demandados a trazerem “os pontos mais sensíveis e críticos” para que os Estados se alinhem “na defesa de uma reforma tributária que os atenda”. A reforma foi aprovada em dezembro de 2023 e entra, agora, na fase de discussão das leis de complementares que devem regulamentar a implementação da nova matriz tributária.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895