Comissão da Câmara de Porto Alegre discute doação de terreno ao Inter

Comissão da Câmara de Porto Alegre discute doação de terreno ao Inter

Vereadores e Prefeitura debatem projeto de empreendimento imobiliário em área de 2,5 quilômetros de hectares, doada ao clube em 1956

Cláudio Isaías

Vereadores e Prefeitura debatem projeto de empreendimento em área de 2,5 quilômetros de hectares, doada ao clube em 1956

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A doação de uma área na zona Sul de Porto Alegre ao Sport Club Internacional foi tema de debate, nesta terça-feira, na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal. O vereador Cassiá Carpes, que preside a comissão, disse que a ideia da discussão foi desmistificar alguns pontos que tenham divergências sobre a doação do terreno ao clube.

"O projeto prevê, por exemplo, a construção de duas torres na área, uma de 130 metros de altura e outra de 80 metros em uma área de 2,5 quilômetros de hectares e ficam algumas dúvidas sobre a área", destacou. Segundo Carpes, o terreno é do Inter que recebeu como doação em 1956 e, inclusive, o clube aterrou o local. "Não podemos tratar a questão pelo lado da grenalização. Não sou do Inter e nem do Grêmio, sou vereador da cidade e precisamos ter liberdade para discutir essa questões", acrescentou. 

O secretário municipal de Governança Local e Coordenação Política, Cassio Trogildo, informou que por solicitação do prefeito Sebastião Melo foi criada uma comissão – com secretarias municipais de Mobilidade Urbana, do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Desenvolvimento Econômico e Turismo e Governança Local e Coordenação Política – para fazer uma interlocução com os integrantes designados pela direção do Internacional. "Tivemos uma reunião para saber como estava a tramitação do projeto. Devemos ter uma segunda reunião em breve para que possamos avançar", explicou.

Patrícia Tschoepke, representante da Smamus, disse que em 2016 foram solicitados diretrizes sobre o projeto na Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge). "Uma das questões apontadas na época foi a necessidade de rever a restrição da atividade residencial e a alienação da área que é objeto da lei que está tramitando. As demais questões com relação a regime urbanístico permanecem inalterados", acrescentou. Segundo Patrícia Tschoepke, a questão da altura é uma avaliação exclusivamente do conteúdo urbanístico que também vai passar pela Cauge.

O projeto que viabiliza empreendimento em área vizinha ao estádio Beira-Rio está em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre. O projeto autoriza a realização de um empreendimento imobiliário em uma área de 2,5 hectares "dentro do todo registrado sob o domínio do Sport Club Internacional", segundo João Pedro Lamana Paiva.

Em outubro de 1956, a Lei Municipal n.º 1.651, de 9 de outubro de 1956, autorizou a doação ao Sport Club Internacional de “uma área a ser conquistada ao Rio Guaíba, dentro do plano de aterro da futura avenida Beira Rio” para implantação de “uma praça de esportes”, futuro Complexo Beira-Rio. O aterro ficaria a cargo da entidade donatária, sem ônus para o Município. Também ficou com o clube a obrigação de realizar o aterro no prazo máximo de dois anos.

Segundo Paiva, a área reservada ao projeto é uma porção de 2,5 hectares de um total de 15 hectares que constituem o terreno onde se localiza o estádio Beira-Rio. A proposta do projeto é construir uma torre comercial e residencial (restaurante, café, mirante e galerias com 130 metros de altura) e outra torre de 80 metros de altura com hotel e multipropriedade. 


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