Comissão da Verdade aborda morte de Jango e Operação Condor

Comissão da Verdade aborda morte de Jango e Operação Condor

Audiência pública ocorreu no auditório da Ajuris, em Porto Alegre

Nildo Júnior / Correio do Povo

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 A Comissão Nacional da Verdade (CNV) realizou a primeira audiência pública do ano na manhã desta segunda-feira no auditório da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris). O encontro abordou relatos de pessoas torturadas no Estado na época da ditadura. Também houve debate o caso da morte do presidente João Goulart e a Operação Condor.

O encontro contou com a presença da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, do governador Tarso Genro, do ex-governador Olívio Dutra, do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Marcelo Bandeira Pereira, e do coordenador do CNV, Paulo Sérgio Pinheiro.

Pinheiro destacou o trabalho realizado no Rio Grande do Sul pela Comissão da Verdade Estadual (CEV), comandada por Carlos Guazzelli, e a assinatura do projeto de lei a ser encaminhado para a presidente Dilma Rousseff. “Queremos restituir a verdade. As audiências servem para levantar fontes e ouvir depoimentos. Esperamos que tenhamos o respaldo que hoje temos para concluir o trabalho e seguir adiante. Temos a certeza que a longa e sofrida luta dos familiares e das vítimas da ditadura não foi em vão”, afirmou.

A secretaria Maria do Rosário lembrou o trabalho do governador Tarso Genro como militante contra a ditadura e como ministro da Justiça, quando lutou a favor dos direitos humanos das vítimas da ditadura. “A democracia tem como fundamento oferecer as respostas. A tortura é prática corrente ainda hoje nos presídios brasileiros e precisamos combatê-la”, alertou.

O governador Tarso Genro encerrou a abertura do evento defendendo a afirmação que anistia não é sinônimo de não punição aos torturadores. “Fizemos um esforço muito grande no Ministério da Justiça para mudar o entendimento da palavra anistia. O Estado que perdoa promove o sufocamento da memória e da Justiça. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser mudada”, garantiu.

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