Comissão da Verdade não vai investigar documentos do Dops, diz Tarso

Comissão da Verdade não vai investigar documentos do Dops, diz Tarso

Arquivos microfilmados estariam guardados sob sigilo no Comando Militar do Sul

Jimmy Azevedo / Rádio Guaíba

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O governador Tarso Genro afirmou, em entrevista à Rádio Guaíba, nesta sexta-feira, que a Comissão da Verdade, criada no Estado não vai solicitar documentos do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), instalado no atual Palácio da Polícia, em Porto Alegre, durante a ditadura militar. Conforme ele, a comissão estadual não teria competência para solicitar a documentação que estaria no III Exército, na Capital, pois é uma estrutura federal, mesmo que os arquivos do Dops sejam, oficialmente, do governo do Rio Grande do Sul.

“Todo o nosso movimento que não se relacione com estruturas do Estado está subordinado à Comissão da Verdade nacional”, disse. O Dops era uma estrutura estadual, porém, tinha por trás o Exército, responsável por ações de inteligência no acesso a informações e prisões de militantes contrários ao regime militar e à repressão.

Para o conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Jair Krischke, a declaração de Tarso é lamentável, pois outros estados conseguiram dar publicidade a documentos secretos que estavam em poder do Exército. “Os documentos pertencem ao Estado. Em São Paulo, foi devolvido ao arquivo público. O Rio Grande do Sul foi vítima de uma farsa. O ex-governador Amaral de Souza havia queimado os papéis, anteriormente microfilmados”, ressaltou Krischke.

Há duas semanas, a reportagem da Rádio Guaíba confirmou com o III Exército a existência de documentos considerados secretos e que estariam na sede do Comando Militar do Sul, no Centro de Porto Alegre.

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