Comissão de Segurança do Senado quer ouvir Musk sobre 'Twitter Files Brazil'

Comissão de Segurança do Senado quer ouvir Musk sobre 'Twitter Files Brazil'

Musk chamou ministro Alexandre de Moraes de ditador

Estadão Conteúdo

Senado quer ouvir Musk

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A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira, 9, uma audiência pública para debater as acusações que surgiram a partir do 'Twitter Files Brazil' em relação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os senadores pretendem ouvir, por videoconferência, Elon Musk, o bilionário dono do X (antigo Twitter) que chamou o ministro da Corte Alexandre de Moraes de 'ditador'.

As acusações de autoritarismo de Musk contra Moraes começaram justamente por causa da divulgação dos arquivos internos da rede social. O jornalista Michael Shellenberger revelou diversos e-mails de funcionários que reclamaram das determinações da Justiça para exclusão de conteúdos e perfis de investigados por disseminação de fake news.

Para o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), como foi o empresário que 'provocou toda a discussão', é importante que ele participe do debate requerido pelo também senador Eduardo Girão (Novo-CE). A audiência pública também convidará outros representantes das redes sociais X, YouTube, Instagram e Facebook.

Neste fim de semana, Musk se baseou nas acusações dos e-mails para ameaçar descumprir decisões do STF e afirmar que Moraes deveria 'renunciar ou sofrer um impeachment'.

Com base nos e-mails, Shellenberger acusou o ministro e o TSE de exigir dados pessoais de usuários específicos, violar a política da plataforma, censurar unilateralmente publicações de parlamentares brasileiros e tentar moderar de forma autoritária conteúdos dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em reação aos ataques de Musk, o magistrado incluiu o bilionário no inquérito das milícias digitais como investigado por 'dolosa instrumentalização' da rede social. Também determinou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça, 'inclusive em organização criminosa e incitação ao crime'.

O embate reacendeu a discussão sobre a regulamentação das big techs no Congresso. Na Câmara, o relator do projeto das fake news, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), pediu para que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), paute o assunto. No entanto, líderes partidários, tanto do Centrão quanto da esquerda, veem poucas chances de a votação da proposta ocorrer no curto prazo.


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