Compras na Smed eram decisões dos secretários, avalia ex-assessora técnica da Smed

Compras na Smed eram decisões dos secretários, avalia ex-assessora técnica da Smed

Em sessão conjunta, CPIs da Educação realizaram primeira oitiva

Flávia Simões*

Mabel Luiza Leal Vieira atuou um pouco mais de um ano como assessora técnica do gabinete da ex-secretária Sônia da Rosa

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Interrogada em oitiva conjunta das CPIs da Educação na Câmara de Porto Alegre, a ex-assessora técnica do gabinete da secretária Sônia da Rosa, Mabel Luiza Leal Vieira, afirmou que as decisões acerca dos materiais adquiridos eram feitas pelo trio: a secretária Sônia, titular da pasta, Mario de Lima, secretário adjunto financeiro e Claudia Gewehr, secretária adjunta pedagógica. 

A servidora respondeu perguntas acerca de suspostas irregularidades nas aquisições de materiais pela Smed, o objeto de investigação pela comissão. 

Mabel atuou por pouco mais de um ano na pasta e tinha entre as suas funções realizar as instruções dos projetos no sistema SEI. Ficava sob sua competência, então, a pesquisa das atas de adesão (sistema utilizado pela prefeitura na aquisão de alguns materiais) a fim de apresentar opções. 

A servidora alegou não ter conhecimento específico sobre as empresas Inca Tecnologia, Astral Científica e Sudu Inteligência Educacional, da qual os materiais foram adquiridos. Entretanto, na pesquisa de atas, estas constavam e 'cumpriam' aos requisitos. "Eu pesquisava as empresas, apresentava e os secretários escolhiam as empresas", disse. E complementou ao afirmar que "seguiu as orientações jurídicas" e ninguém demandou a ela empresas ou nomes a serem incluídos. 

Em outro momento, questionada por que no processo envolvendo a empresa Sudu Inteligência Educacional não foi feito através da pesquisa de atas, Mabel reforçou que, neste caso, o banco de atas não apresentava opções de processos com mesmo produto desejado, e, portanto, foram apresentados orçamentos de empresas.

Sobre o projeto de sua competência, que dizia respeito a aquisição de briquedos para pracinhas, os levantamentos foram feitos, mas o secretário adjunto Mario de Lima que não seria viável, indicando então a aquisição de brinquedos como gira-gira da empresa Edulab. 

Mabel afirmou não ter sofrido pressão de superiores, além de não ter vinculo ou envolvimento com quaisquer políticos, como o vice-prefeito, Ricardo Gomes, e vereadores, bem como os empresários envolvidos nas compras. A servidora, entretanto, não respondeu se, na sua avaliação, determinados materiais pedagógicos foram adquiridos de forma superfaturada. 

Apesar de momentos de tensão, sessão ocorreu de forma pacífica 

Diferente do que vinha sendo observado nas primeiras sessões da CPI da Educação comandada pela vereadora Mari Pimentel (Novo), foram poucos os momentos de maior tensão no plenário Otávio Rocha. Liderando os trabalhos – que, a partir de agora, devem ser alternados entre ela e o presidente da Casa, Idenir Cecchim –, a presidente sofreu críticas pela sua condução, como ao complementar e comentar as perguntas de colegas. 

Além disso, também ocorreram momentos de tensão entre vereadores de base e oposição, quando eos parlamentares excediam o tempo nas perguntas. 

*Supervisão Mauren Xavier


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