Condenação de Bolsonaro é "vitória da dignidade humana", diz Maria do Rosário

Condenação de Bolsonaro é "vitória da dignidade humana", diz Maria do Rosário

Parlamentar afirmou à deputada que "não a estupraria, porque não merece"

AE

Parlamentar afirmou à deputada que "não a estupraria, porque não merece"

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A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) afirmou, nesta terça-feira, que, ao condenar o deputado Jair Bolsonaro por danos morais, o Superior Tribunal de Justiça "deixa claro, de forma inequívoca, que o Brasil não pode mais tolerar a violência contra as mulheres". A 3ª Turma negou recurso do parlamentar, que disse, em entrevista e publicamente, que não estupraria a petista "porque ela é muito ruim, porque ela é feia".

Bolsonaro fez a declaração em discurso proferido na Câmara do Deputados, em vídeo postado em sua página pessoal no YouTube e em entrevista concedida a jornal. Ele reiterou que não estupraria Maria do Rosário pois ela não mereceria, “porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.

Em primeiro grau, a sentença condenou Bolsonaro a indenizar a deputada em R$ 10 mile a postar a decisão em sua página oficial no YouTube, sob pena de multa diária. A deputada petista afirmou que o dinheiro da indenização será doado integralmente para ‘entidade que atua em defesa de mulheres vítimas de violência’.

Maria do Rosário avaliou que "a decisão representa o resgate de princípios da dignidade humana que cabe a todos os cidadãos observar". “Ainda mais fundamental que sejam observados por quem exerce autoridade pública. As bárbaras violências a que mulheres são submetidas diariamente exigem atitudes firmes de nossa parte, para estarmos à altura da coragem que elas revelam ao enfrentar seus algozes. Assim, a cada mulher brasileira dedicamos essa vitória!”, ressaltou.

A deputada afirmou que o "próximo passo será no Supremo Tribunal Federal onde o mesmo parlamentar condenado será julgado na esfera penal, por incitação ao crime de estupro e injúria". “Num momento histórico de fortes contradições, em que bandeiras do ódio e do nazismo desfilam em praça pública, as mulheres sofrem grande violência, migrantes são espancados e crimes de ódio são direcionados a grupos étnicos e culturais e lgbts”, afirmou.

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