Confiante na retirada de plebiscito na Assembleia, Leite defende medida para demais estatais

Confiante na retirada de plebiscito na Assembleia, Leite defende medida para demais estatais

Governador do Estado reforçou que não venderá o Banrisul

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Governador disse que o passivo na área da saúde surpreendeu a equipe do governo

publicidade

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta quarta-feira, que está confiante na aprovação da Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoridade de plebiscito no caso da CEEE, Sulgás e CRM. O projeto foi enviado à Assembleia Legislativa em fevereiro e já foi aprovado em análise na CCJ da Casa. Nessa terça, em evento sobre os 100 dias de governo, Leite anunciou a abertura de capital da Corsan. Hoje, disse ser favorável a retirada da cláusula do plebiscito caso o Estado deseje vender a empresa, o Banrisul ou a Procergs. "Particularmente, sou contra a obrigatoriedade".

Porém, Leite reforçou que não venderá o Banrisul. "Cabe ressaltar, entretanto, que o mercado financeiro está mudando. De repente, mais na frente, pode ser uma boa opção, mas ao longo dos próximos quatro anos não vai acontecer. Assumi este compromisso com a população", destacou.

A PEC que está em análise na Assembleia revoga os parágrafos 4º e 6º do artigo 22 e os parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 163 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Dessa maneira, fica revogada a norma que estabelece que a alienação, a transferência do controle acionário, a cisão, a incorporação, a fusão ou a extinção da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) somente poderão ser realizadas depois de manifestação popular expressa em consulta plebiscitária.

100 dias

Eduardo Leite disse que, em linhas gerais, o balanço dos 100 dias de governo ficou dentro do esperado. Apenas citou como uma surpresa negativa o passivo encontrado na área da saúde. "A dívida com municípios e hospitais chega a R$ 488 milhões. Estamos negociando com as prefeituras para quitar o mais rápido este passivo. Devemos fazer isso de forma parcelada. Os municípios não recebiam repasses desde junho de 2018", ressaltou. Para os hospitais, o governo prevê liberar R$ 100 milhões para eles "saírem do sufoco."

O governador voltou a martelar na questão da falta de dinheiro para fazer os investimentos e destacou que o governo está impossibilidade de contrair empréstimos em razão do comprometimento da receita corrente líquida. "O Estado gasta mais do que arrecada. Nosso déficit previdenciário é de R$ 12 bilhões, o que leva à discussão sobre rever a previdência estadual, a carreira dos servidores e a necessidade de privatizações. E esta dívida cresce R$ 1 bilhão por ano", disse.  Eduardo Leite informou que a CEEE, uma das estatais na lista para ser privatizada, possui uma dívida de R$ 1 bilhão em ICMS. Ele espera que, com a venda da companhia, da Sulgás e da CRM, o Estado arrecade cerca de R$ 3 bilhões.

Avaliação do governo Bolsonaro

"Fui eleito eleito para ser governador de todos os gaúchos. Não é o meu papel emitir opinião acerca do governo federal, mas vejo a questão econômica e das reformas com boa intenção. O governo montou uma equipe competente e sabe da urgência em aprovar as medidas", disse quando questionado sobre o governo Jair Bolsonaro.  Por outro lado, destacou que não compartilha da mesma posição em questões na área cultural e comportamental.

O futuro do PSDB

Considerado uma das novas lideranças, Eduardo Leite declarou que o partido precisa resolver com rapidez o passivo ético. "As consequências de eventuais desvios deste ou daquele político são da responsabilidade dele e do partido. Não podemos fechar os olhos", destacou.

Assista ao programa


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895