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Especial

Conselho de Ética abre processo contra vereador do PT que invadiu igreja durante protesto

Renato Freitas estava em ato em Curitiba contra assassinato de congolês Moïse Kabagambe

O vereador Renato Freitas em ato em Curitiba | Foto: Reprodução / Instagram

O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba instaurou, na noite de quinta-feira, um processo ético-disciplinar contra o vereador Renato Freitas (PT), que interrompeu uma missa no começo do mês durante um protesto contra o racismo. A decisão se dá após Freitas ser alvo de ao menos seis representações por quebra de decoro parlamentar. Também na quinta-feira, o vereador se afastou do mandato por questões de saúde. 

O ato que motivou as representações ao Conselho de Ética dizia respeito ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe, que aconteceu no Rio de Janeiro. Vídeos que mostram a presença dos manifestantes circularam na internet e provocaram críticas, endossadas pela Arquidiocese de Curitiba, que falou em "agressividade".

Os manifestantes se concentraram inicialmente em frente à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no centro de Curitiba. Durante o ato, eles foram abordados por um religioso, que teria argumentado que ocorria uma celebração naquele momento, por volta das 17h. O grupo, então, decidiu entrar na igreja, levando fotos e cartazes. 

O vereador Renato Freitas se defendeu nas redes sociais afirmando que o ato foi pacífico e que os participantes só entraram na igreja na parte final do protesto. Segundo ele, a motivação para a entrada dos manifestantes na igreja surgiu após a tentativa de um padre de "calar" o ato. "Entendemos que esse espaço é símbolo de resistência e de persistência da população negra, que também tem o direito de professar sua fé cristã. Nossa luta sempre foi e continuará sendo pela liberdade e pela valorização da vida", diz.

Os manifestantes proferiram gritos durante a negociação com o religioso, chamando-o de racista em diferentes oportunidades. A Arquidiocese de Curitiba não poupou críticas ao ato. Em nota, a entidade afirmou que os participantes foram "solicitados a não tumultuar o momento litúrgico", mas que suas lideranças "instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos". O comunicado diz que "é verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançadas com destemperos ou impulsividades desequilibradas".

A arquidiocese lembrou que a igreja foi erguida no século 18 por escravos. "Hoje, muitos afrodescendentes a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos. [...] Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas." A arquidiocese encerrou a nota afirmando que não quer “politizar” as reações ao fato.

R7