Corpos da vereadora Marielle e Anderson Gomes são velados na Câmara do Rio
Vereadora foi assassinada com quatro tiros na cabeça quando voltava para casa
publicidade
Uma multidão, ocupando toda a frente do prédio, na Cinelândia, se emocionou à passagem do caixão. Com cartazes e faixas homenageando Marielle, os manifestantes pediam por justiça e gritavam o nome dela e, em seguida, respondiam: "presente!". A passagem do caixão com o corpo da vereadora, carregado por políticos do PSOL e lideranças sociais, foi intensamente aplaudida em todo o trajeto até o Salão Nobre da Câmara.
O crime
Marielle, 38 anos, foi assassinada com quatro tiros na cabeça na noite de ontem, quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, após participar de evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro quando os criminosos emparelharam com o veículo da vítima e atiraram nove vezes. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro da vereadora, também morreu na hora. Uma assessora da vereadora que estava no veículo sobreviveu ao ataque.Após passar por necropsia no Instituto Médico Legal, o corpo de Marielle será transportado para a Câmara de Vereadores do Rio, onde será velado.
Atuação política
Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré. Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio.
No primeiro mandato, Marielle era presidente da Comissão Mulher da Câmara dos Vereadores do Rio. Recentemente, Marielli assumiu a relatoria da comissão da Câmara de Vereadores do Rio responsável por monitorar a intervenção federal na Segurança Pública do estado. Ela, com frequência, fazia denúncias contra a violência policial em comunidades.