Corregedor crê que Jardel foi vítima de armação, mas não deve isentá-lo

Corregedor crê que Jardel foi vítima de armação, mas não deve isentá-lo

Marlon Santos concluirá investigação sobre quebra de decoro parlamentar

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Corregedor crê que Jardel foi vítima de armação, mas não deve isentá-lo

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* Com informações de Gabriel Jacobsen

O corregedor-geral da Assembleia Legislativa (AL) do Rio Grande do Sul, Marlon Santos, trabalha nas investigações do caso do deputado estadual Mário Jardel (PSD). Em entrevista à Rádio Guaíba nesta terça-feira, Santos disse que acredita que o deputado pode ter sido alvo de uma "armaçaõ" dentro do gabinete, mas, diante do volume de provas, é difícil isentar o parlamentar. 

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"Temos que partir do princípio de que alguém que se elege deputado não pode ser bobo. Existem coisas que um cargo de deputado, infelizmente, oferece de limites e de poderes. Entre as demandas está saber que, aquilo que é normal na vida comum das pessoas, no cargo de deputado não é. Então, se é verdade que tem armação, nenhum daqueles que armaram se elegeram deputado. Fato é que ousa se ter certa inteligência para eleger-se deputado. E seria suficiente para saber se tem armação ou não. Não tenho dúvida de que teve armação, mas não posso pensar que alguém que é vítima de armação não consegue se ver livre ou pelo menos reparar. 

Oficialmente, o corregedor já ouviu quatro pessoas. Santos também entrevistou pessoas de fora da Assembleia para apuração da suspeita de quebra de decoro parlamentar. Na tarde desta terça, o corregedor conclui os trabalhos. Ele tem duas alternativas: apresentar denúncia contra Jardel na Comissão de Ética ou arquivar a sindicância. 

A tese da defesa é de que o deputado não sabia de nada, que foi alvo de uma armação e não teve nenhuma interferência, por isso não cometeu nenhuma ilicitude.  

Segundo o Ministério Público, há provas de que Jardel cometeu crimes de concussão, falsidade documental, lavagem de dinheiro e peculato, comandando um esquema fraudulento no gabinete, com objetivo de obter benefícios financeiros. Por enquanto, ele segue suspenso apenas pelo PSD, onde responde a processo na Comissão de Ética da sigla. A Justiça reviu a decisão de suspender Jardel das funções de deputado, por seis meses, depois de ser questionada pela Assembleia, que sustentou ter a prerrogativa exclusiva para esse tipo de punição.




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