Cosud deve ser oficializado em encontro de sete governadores em SP

Cosud deve ser oficializado em encontro de sete governadores em SP

Eduardo Leite participa do evento de três dias junto de comitiva com representantes de 22 das 27 secretarias do RS

Felipe Nabinger

Encontro anterior dos sete governadores ocorreu em junho, em Belo Horizonte

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Uma comitiva formada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e secretários ou representantes de 22 das 27 secretarias da gestão estadual estará a partir desta quinta-feira até sábado no encontro que deverá consolidar o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) como autarquia, em São Paulo.

Além de reuniões de grupos de trabalho ao longo dos três dias, os governadores dos sete estados do Sul e Sudeste (RS, SC, PR, SP, RJ, MG e ES) estarão reunidos, no encerramento, no sábado, para a leitura da Carta de São Paulo. O documento, elaborado em cada edição, irá reunir os compromissos assumidos durante o encontro.

Nesta quarta-feira, dois dos três estados que ainda não haviam apreciado o projeto de lei para ratificar o Cosud como um ente administrativo aprovaram a adesão: Minas Gerais e Santa Catarina. Os deputados estaduais do Rio de Janeiro começaram a discutir a proposta ontem. A sessão foi encerrada, porém, sem a votação no plenário, devido a inclusão de 17 emendas. 

O Legislativo gaúcho já havia ratificado o tema por 39 votos a 13, em 26 de setembro. Antes, as assembleias de São Paulo, do Paraná e do Espírito Santo já haviam chancelado os projetos. A exemplo do Rio Grande Sul, houve críticas por parte de parlamentares de esquerda em Minas e no Rio.

Em SC, a aprovação foi unânime e não houve discussão. No Legislativo mineiro, Bella Gonçalves (PSol-MG), citou declarações do governador Romeu Zema (Novo), que, para ela, teve “atitude sectária e sua fala separatista”.

A posição segue a linha adota no RS, em setembro, quando o deputado Matheus Gomes (PSol) disse que as falas de Zema em defesa do Cosud fomentam a cisão, prejudicando o país e que o consórcio não contribui com o RS.

No Rio, na sessão ordinária onde iniciou a discussão do projeto, a deputada Elika Takimoto (PT-RJ) também chamou o consórcio de separatista e que “tende a aumentar as desigualdades sociais”, assim como a bancada petista gaúcha no mês passado, que entendeu o formato como sem eficiência administrativa e que as diferenças geoeconômicas e culturais não validam a união em bloco de estados do Sul e Sudeste.

Parlamentares que votaram favoráveis, em geral, defendem a necessidade de atuação conjunta devido a disparidades no retorno da arrecadação, pois, juntos, os estados representam cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB).

De bloco para ente público

Embora, como bloco, o Cosud já exista desde 2019, faz-se necessária a aprovação dos legislativos dos sete estados que o compõem para que passe a atuar como ente público, por meio de estatuto próprio.

Conforme o protocolo de intenções do Cosud, anexado aos projetos de lei aprovados nos estados, serão criados dez cargos comissionados vinculados ao Cosud, um de secretário-executivo, com salário de 19,5 mil e nove de assessor, com vencimentos de R$ 15,5 mil, sendo o primeiro com dedicação exclusiva e os demais podendo ser cedidos do quadro de servidores dos sete estados que compõem o consórcio.

O texto diz que os recursos e o patrimônio do consórcio “serão oriundos da transferência dos entes consorciados mediante contrato de rateio”.

Segurança e Meio Ambiente em destaque

A comitiva gaúcha que estará no Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em São Paulo, será formada por 16 secretários estaduais, quatro secretários adjuntos e representantes de outras duas pastas.

“A cada encontro, reafirmamos os nossos compromissos federativos, buscando alinhar políticas e fortalecer propósitos. Precisamos nos aliar e nos complementar, não para diminuir o espaço de qualquer região ou unidade federativa, mas para trabalharmos, de maneira ponderada, em benefício das populações que representamos. Estados e regiões fortes farão o Brasil mais forte”, defende o governador, Eduardo Leite.

Essa edição da reunião do Cosud dará enfoque especial às áreas da Segurança Pública e do Meio Ambiente. Outros temas em pauta se darão nas áreas do transporte público metropolitano; Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; Fazenda, Planejamento e Previdência; Saúde; Cultura; Turismo; Defesa Civil; e governança do Cosud, entre outros. 


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