CPI do HSBC volta atrás em quebra de sigilos de empresários

CPI do HSBC volta atrás em quebra de sigilos de empresários

Decisões foram apoiadas pela maioria dos integrantes da CPI

AE

CPI do HSBC volta atrás em quebra de sigilos de empresários

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A CPI do HSBC voltou atrás na decisão de quebrar os sigilos fiscais e bancários de clientes investigados por denúncias de operações irregulares no banco da Suíça. Ao todo, seis pessoas foram beneficiadas com a "desquebra" de sigilos.

O acesso aos dados havia sido decidido na sessão de CPI do dia 30 de junho. Ao todo, 17 pedidos haviam sido apreciados. A reunião do colegiado desta quinta-feira, foi marcada extraordinariamente após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a comissão a quebrar os sigilos dos correntistas suspeitos.

Um dos beneficiados foi o empresário Jacob Barata, além de três integrantes de sua família. Barata é conhecido como o "Rei dos Ônibus" do Rio. Segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da instituição financeira e divulgadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua mulher Glória e seus filhos.

O empresário Jacks Rabinovich, que era sócio do grupo Vicunha, também foi beneficiado pela decisão da CPI. Ele é um dos brasileiros com mais de US$ 50 bilhões em contas no HSBC. A última "desquebra" foi a de Paula Queiroz Frota, da família cearense de Edson Queiroz, que também mantinha contas no banco.

As decisões foram apoiadas pela maioria dos integrantes da CPI, a começar pelo presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) e pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que é vice-presidente do colegiado, se posicionou contra a medida.

Em outra ofensiva para esvaziar os trabalhados da CPI, o senador Blairo Maggi (PR-MT) questionou a necessidade da comissão no momento em que o plenário do Senado discute um projeto de Randolfe que trata da regularização de recursos de brasileiros que mantêm no exterior dinheiro ou patrimônio não declarados à Receita Federal. "Não acho que é correto a gente fazer as duas coisas ao mesmo tempo: oferecer uma banana, melhor dizendo, uma bala em uma mão e o chicote na outra", afirmou Maggi.

O colegiado também não aprovou um requerimento para que a CPI fosse à França ouvir Hervé Falciani, responsável pelo vazamento dos dados do caso que ficou conhecido como SwissLeaks. A comissão deve fazer apenas uma teleconferência com Falciani.

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