Crescimento das cidades torna obrigatória obra do metrô, diz Dilma

Crescimento das cidades torna obrigatória obra do metrô, diz Dilma

Presidente anunciou recursos para obra na Capital e destacou importância da mobilidade urbana

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Presidente anunciou recursos para obra e destacou importância da mobilidade urbana no País

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O metrô de Porto Alegre finalmente tem uma composição financeira e projeto para começar. Neste sábado, na Assembleia Legislativa, a presidente Dilma Rousseff oficializou o acordo entre os governos federal, municipal e estadual para garantir os R$ 4,8 bilhões necessários para a obra. O governo federal vai entrar com R$ 3,54 bilhões. Desse montante, a metade, R$ 1,7 bilhão é de financiamento, que 61% será tomado pelo Estado e 39% pela prefeitura, conforme Dilma.

A chefe de Estado destacou o crescimento das capitais brasileiras nos últimos 10 anos para justificar a construção do metrô em Porto Alegre. "Com as nossas cidades crescendo, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre com os seus 2 milhões de habitantes, é impossível não construir metrô", disse durante o discurso.

Segundo Dilma, o País passou por um processo muito longo até reconhecer a importância do metrô nas cidades. "O complexo de vira-lata fez com que a gente nunca aceitasse que o Brasil precisava de mais. Durante a década de 80, o entendimento que se tinha sobre isso era de que metrô era apenas para países ricos. O pacto sobre mobilidade urbana vem para reparar isso e esta obra em Porto Alegre é o início da concretização deste projeto", explicou.

Antes de Dilma ocupar o palanque da Assembleia Legislativa, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, destacou a complexidade da obra do metrô na cidade. Dilma ampliou a ideia de Fortunati ao explicar que a construção será feita em um município pronto. "Este projeto será feito em uma cidade construída, habitada. Você vai fazer tudo em cima de Porto Alegre", acrescentou.  

Para Dilma, o metrô em Porto Alegre e em outras cidades é a chance dos trabalhadores ganharem tempo. "Queremos que as pessoas se apropriem do tempo. Para fazer isso, precisamos entregar um transporte público de qualidade, principalmente para quem mora na periferia. O trilho é ininterrupto e é fundamental a interligação de modais. É isto que nós queremos estruturar", disse.

Fortunati exalta governo e Tarso nega briga por protagonismo


Nos dias que antecederam a oficialização da obra do metrô em Porto Alegre, prefeitura e governo do Estado trocaram farpas sobre o protagonismo do projeto de mobilidade urbana. Durante o seu discurso, Fortunati disse que ele e Tarso trabalham apenas contemplar o interesse público. "É com muito orgulho e alegria que o governador Tarso Genro e eu, liderados pela presidente Dilma Rousseff, tornamos este sonho uma realidade", afirmou.

Tarso comentou a suposta briga por protagonismo e salientou que a relação entre prefeitura e governo segue a mesma. "Eu conheço o prefeito Fortunati há décadas e os debates políticos jamais atrapalharam a nossa relação. Estamos trabalhando juntos para buscar o melhor para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul", declarou.

Início das obras em 2014


A previsão de início das obras é o segundo semestre de 2014, utilizando a técnica “Shield” – mais famosa como “tatuzão – no subsolo, o que evitará a abertura de ruas. A projeção para finalizar o percurso, com 10 estações, é 2019. O primeiro será no Terminal Triângulo na zona Norte, seguindo abaixo das imediações da avenida Assis Brasil até a rua da Praia, no Centro.

O jogo político foi intenso até a consolidação do financiamento e do projeto, que teve reduzido seu tamanho gradativamente para atender aos orçamentos disponibilizados. Nessa sexta-feira, o governo Tarso Genro decidiu praticamente dobrar sua participação financeira nas obras do metrô, garantindo o anúncio nesta sábado.

Integrantes do Piratini, tendo à frente o secretário estadual do Planejamento, João Motta, trabalharam no fechamento da costura do acordo com o governo federal. Motta recebeu orientação expressa do governador Tarso Genro, que retornava do Chile, para aumentar a participação ao máximo.

Isso foi colocado em prática após o prefeito José Fortunati, do PDT, negar que as negociações sobre os percentuais de participação da União, Estado e prefeitura estivessem fechadas desde segunda-feira e insistir que a capacidade de endividamento da prefeitura estava no limite. Como o governo federal tem sobrando ainda R$ 18 bilhões dos R$ 50 bilhões do PAC da Mobilidade Urbana, nada impede que, em um segundo momento, com a apresentação de um novo projeto, os recursos da União a fundo perdido voltem a ser turbinados.

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