Dados contradizem comprometimento do RS com folha do funcionalismo

Dados contradizem comprometimento do RS com folha do funcionalismo

Estado negocia adesão ao Plano de Recuperação Fiscal

Taline Oppitz

Dados contradizem comprometimento do RS com folha do funcionalismo

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Em meio às negociações envolvendo a adesão do Rio Grande do Sul ao Plano de Recuperação Fiscal, do governo federal, foram divulgados, por meio do Diário Oficial da União, dados contraditórios sobre o comprometimento do Estado com a folha do funcionalismo, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pelos critérios do Relatório de Gestão da Controladoria-Geral do Estado (CAGE), validado pelo Tribunal de Contas, que considera a receita total consolidada e exclui itens como as pensões do IPE, o índice de 2016, relativo a todos os poderes, ficou em 52,39%. Considerando os critérios do Programa de Ajuste Fiscal, (que considera apenas a receita própria do Tesouro, o índice de comprometimento ficou em 69,38% da Receita Corrente Líquida.

A Secretaria da Fazenda sustenta que, apesar das divergências nas análises, os percentuais foram reduzidos no ano passado em função de receitas extraordinárias como a oriunda da venda da folha para o Banrisul, que ficou em R$ 1,2 bilhão, e o congelamento estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Apesar de obstáculos envolvendo algumas das exigências técnicas feitas pela Secretaria do Tesouro Nacional, como a necessidade de garantias financeiras por meio da venda de estatais, a expectativa do interlocutores do Palácio Piratini é a de que até novembro seja oficializada a adesão ao plano, que viabiliza carência de 36 meses no pagamento das parcelas mensais da dívida com a União, e a ampliação da capacidade de endividamento do Rio Grande do Sul.

Encontro de folhas deve ocorrer em outubro

O martelo será batido apenas na próxima segunda-feira, dia 28, mas estimativas da Secretaria da Fazenda indicam que a primeira parcela depositada no conta dos servidores do Executivo neste mês será menor do que a de julho, que ficou em R$ 650. O cronograma também deverá ser ampliado. A projeção do encontro de folhas, isto é, na data de pagamento do mês os salários do anterior ainda não estarão quitados, que estava prevista para setembro, ficou para outubro. O motivo foi a liminar obtida pelo governo, ainda em vigência, que permitiu o não pagamento da parcela mensal da dívida com a União, de cerca de R$ 150 milhões.

Conta por matrículas

Considerando as 150 mil matrículas de servidores vinculados ao Executivo, para garantir o depósito de uma primeira faixa de R$ 1 mil nas contas, são necessários R$ 350 milhões. Caso a primeira faixa fosse de R$ 2 mil, o governo precisaria ter R$ 700 milhões em caixa no último dia útil do mês. O total da folha hoje é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.

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