Damares: temos que mostrar a nova direita nas eleições de 2024

Ex-ministra e senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos) acredita que o desafio do campo conservador nas eleições municipais de 2024 será o de apresentar um novo posicionamento, o qual denominou como a 'direita de proposta e de entrega'. "Muita gente que votou na esquerda (no ano passado) não sabia que éramos propositivos e já estão de olho. Já começaram a perceber que somos uma direita com ideias e com propostas. Está começando a ter comparações sobre como foi um governo conservador e as entregas que fez", comentou ela, em relação ao governo de Jair Bolsonaro, ao qual ela foi ministra  da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Para exemplificar, citou a sua atuação como senadora e de integrante da oposição no Senado. "Estamos trabalhando como uma oposição inteligente", resumiu, citando que votou com o governo em projetos importantes e de impacto social, como o Mais Médicos, mas que a estratégia tem sido aperfeiçoar as propostas com emendas, além da apresentação de propostas em áreas que integram as bandeiras do conservadorismo. 

Ao contrário do que ocorreu na eleição passada, com a polarização, ela prevê o fortalecimento da direita conservadora no próximo ano. "O movimento conservador é forte no país", afirmou ela, durante sua fala no encontro dos núcleos de mulheres do Republicanos da Região Sul, que ocorreu em Porto Alegre, no final da tarde de sábado. 

E parte desse bom desempenho projetado nas eleições de 2024, na avaliação da senadora, virá das mulheres. "O tom da próxima eleição será dado pelas mulheres conservadoras", enfatizou, durante seu discurso para um público formado por integrantes do partido dos três estados do Sul, especialmente feminino.

Esse foi o gancho utilizado por ela, em convergência às falas que a antecederam, para convocar as mulheres para que estejam engajadas na política, inclusive como candidatas. Secretária nacional do Movimento Mulheres Republicanas, a senadora destacou que o objetivo no próximo ano é dobrar o número de eleitas pela sigla.

Apesar disso, reconhece que a violência de gênero é um fator que distancia as mulheres, mas citou a legislação que criminaliza a violência política de gênero e que entrou em vigor no ano passado. "Nós estamos apostando muito na nova lei e nas campanhas de conscientização para ampliar o respeito às candidaturas de mulheres", afirmou, citando a baixa representação no Senado. Em 2022,  foram eleitas dez senadoras e, atualmente,  são 15, em função da presença das suplentes. "Mas é muito pouco", citou. 

Senadora Damares Alves / Foto: Fabiano do Amaral

Republicanos quer ampliar protagonismo das mulheres na política

A presença da senadora Damares Alves em Porto Alegre foi o ponto alto do lançamento da campanha nacional de filiação do movimento "Mulher, tome partido" na região Sul. O objetivo do evento é ampliar o protagonismo das mulheres na política. Ao longo do dia, ela participou de um seminário voltado às filiadas que exercem cargos ou que pretendem concorrer. Em seu discurso, ela ressaltou que o partido está de portas abertas para todas as mulheres.

Em um discurso uníssono, as representantes destacaram que no partido, a presença feminina não é uma cota, mas uma necessidade. "Estamos falando aqui de assumir posição", ressaltou a deputada federal e secretária das Republicanas da Região Sul, Franciane Bayer, sobre a importância da presença das mulheres dentro dos espaços políticos para defender os seus direitos. "Estamos aqui para construir e fazer. Fazer política de discurso é fácil. Fazer política de propostas e entregas é difícil. E esse é o nosso objetivo", enfatizou. 

Na mesma linha, a secretária do Mulheres Republicanas RS, Beth Colombo, e a deputada estadual Eliana Bayer também destacaram a necessidade de o partido apresentar o maior número de candidatas nas eleições do próximo ano e do apoio mútuo. 

Deixando a sua mensagem por meio de vídeo, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, destacou que para o partido a presença feminina na política ultrapassa a exigência das cotas, mas é uma necessidade. Nesta mesma linha, o presidente estadual do partido no RS, deputado federal Carlos Gomes também pontuou o diferencial da sigla em garantir espaço e protagonismo às mulheres. 

O evento contou ainda com a presença da bancada estadual do RS e de lideranças da região Sul, como o ex-governador de Santa Catarina e atual presidente estadual do Republicanos, Carlos Moisés. Ele citou a Assembleia Legislativa catarinense que tem 40 vagas e só três são ocupadas por mulheres. "Não é um movimento de minorias. Elas são a maioria. Mas precisam de estímulos para estar na política", salientou.