Decisão da corte italiana sobre extradição de Pizzolato fica para outubro

Decisão da corte italiana sobre extradição de Pizzolato fica para outubro

Adiamento teria ocorrido por falta de documentos que comprovam condições para Brasil receber ex-diretor do BB

Agência Brasil

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A Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, decidiu nesta quinta-feira adiar para 28 de outubro a decisão sobre o pedido do governo brasileiro para extraditar o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Pizzolato fugiu do Brasil em setembro do ano passado, antes do fim do julgamento, e foi preso em fevereiro, em Maranello, na Itália. O pedido de extradição foi feito pela Procuradoria Geral da República e entregue ao governo italiano pelo Ministério das Relações Exteriores, em fevereiro. No entendimento da procuradoria, mesmo tendo cidadania italiana, Pizzolato pode ser extraditado para o Brasil.

Antes de saber do adiamento do julgamento, inicialmente marcado para esta quinta, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, comentou o caso. Para ele, se a justiça italiana não conceder a extradição, o governo brasileiro poderá pedir o julgamento do réu na Itália, “Em primeiro lugar, vamos respeitar a soberania daquele país. Em segundo lugar, verificar quais são as medidas que podem ser tomadas. Uma delas é que se solicite o julgamento na Itália pelos delitos aqui praticados, mas vamos estudar essa hipótese depois do julgamento italiano”, disse o ministro. “Vamos aguardar e, a partir daquilo que for decidido, nós respeitaremos e tomaremos as medidas que os acordos existentes nos autorizarem”, avaliou Cardozo, colocando o julgamento na Itália como uma alternativa para que os crimes praticados por Pizzolato no Brasil não fiquem impunes.

O ministro disse que tem mantido contato frequente com representantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e com o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que estão acompanhando o julgamento. Cardozo informou que, assim que o julgamento do pedido de extradição for encerrado, o governo brasileiro entrará em contato com o governo italiano para negociar os próximos passos a serem dados, que também serão acordados com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa da extradição será feita por um escritório de advocacia contratado pela Advocacia-Geral da União (AGU). A PGR enviou à Itália dois procuradores para acompanhar o julgamento. Em sua defesa entregue ao tribunal, Pizzolato afirmou que não pode ser extraditado para o Brasil por ter cidadania italiana, além de alegar que foi submetido a julgamento político pelo Supremo.

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