Defesa de Anderson Torres diz que saúde psiquiátrica dele teve "drástica piora" na cadeia

Defesa de Anderson Torres diz que saúde psiquiátrica dele teve "drástica piora" na cadeia

Ex-ministro foi preso ao voltar de Orlando, nos EUA, em 14 de janeiro

R7

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Preso desde 14 de janeiro por suposta omissão nos atos que depredaram a praça dos Três Poderes, em Brasília, o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres passa por problemas psiquiátricos.

Segundo os advogados, o estado emocional dele sofreu uma "drástica piora" após a Justiça ter negado o pedido de revogação da prisão preventiva. Fontes ouvidas pela reportagem relataram que Torres está "abalado emocionalmente" e "murcho". Apesar do estado, ele tem dito aos aliados que está confiante no rumo das investigações. O círculo próximo ao ex-ministro garante que ele "não vai perder a esperança".

Após deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública com o fim do governo Jair Bolsonaro (PL), Torres reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do DF. Ele era o titular da pasta quando vândalos invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.

Ao decidir pela prisão, Moraes afirmou que "a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento" e "com a total inércia no encerramento do acampamento criminoso na frente do QG do Exército nesse Distrito Federal, mesmo quando patente que o local estava infestado de terroristas, que, inclusive, tiveram suas prisões temporárias e preventivas decretadas".

O pedido de prisão foi feito enquanto o ex-ministro estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde estava Jair Bolsonaro (PL). Nos últimos dias de abril, houve uma movimentação e expectativa de soltura de Anderson Torres após divulgação de imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto registradas durante o 8 de Janeiro. Os vídeos mostravam que o ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teria facilitado a vida dos invasores.  Entretanto, Alexandre de Moraes negou o pedido para revogar a prisão preventiva do ex-ministro e ex-secretário.

Barroso rejeitou novo pedido

Nessa sexta-feira, o ministro do STF Luís Roberto Barroso rejeitou dois pedidos de liberdade de Torres. Em 26 de abril, a defesa apresentou ao Supremo um pedido de revogação da prisão dele alegando piora significativa do quadro clínico. De acordo com os advogados do ex-secretário, a manifestação se dá em razão da psiquiatra que o assiste ter concluído que há "risco de suicídio".

Também nesta sexta-feira, Moraes mandou a defesa do ex-ministro esclarecer, no prazo de 48 horas, a entrega de senhas supostamente inválidas para acesso a dados da nuvem do celular. Além da investigação sobre o 8 de Janeiro, Torres é alvo de inquérito que apura suposta interferência na Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições. Por causa da apresentação de um laudo psiquiátrico, o delegado da Polícia Federal (PF) Flávio Reis aceitou o pedido de adiamento do depoimento que estava marcado para a última segunda-feira. A oitiva ocorrerá em maio, em data a ser marcada.


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