Defesa de Dirceu chama dono da UTC e ex-presidente do Peru como testemunhas
Defensores do ex-ministro buscam fulminar a acusação da força-tarefa da Lava Jato
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Em 104 páginas, os defensores de Dirceu buscam fulminar a acusação da força-tarefa da Lava Jato. Eles pedem que seja rejeitada a denúncia "tendo em vista a absoluta inépcia da inicial". E, caso o juiz Moro não entenda assim, eles pedem que seja rejeitada a denúncia "por lhe faltar suporte probatório mínimo e idôneo (justa causa), reconhecendo-se a ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade delitiva". A defesa é subscrita pelos criminalistas Roberto Podval, Odel Mikael Jean Antun, Paula Moreira Indalecio Gambôa, Luís Fernando Silveira Beraldo, Viviane Santana Jacob Raffaini e Jorge Coutinho Paschoal.
Os advogados alegam que a tese da acusação se vale dos delatores Milton Pascowitch e seu irmão, José Adolfo. "Não é preciso ser muito inteligente para prever que certos delatores se aproveitariam do fato de terem tido relacionamentos comerciais lícitos e naturalmente documentados com a empresa do peticionário, para, escudados neste fato, lançarem o nome de Dirceu aos leões." O Ministério Público Federal e a Polícia Federal afirmam que Dirceu, por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, recebeu propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
A denúncia diz que os valores direcionados a Dirceu chegaram a R$ 11,8 milhões e diz que a JD Assessoria era fachada porque não fazia efetivamente serviços de consultoria. "José Dirceu está sendo acusado, por ser José Dirceu", afirmam os defensores. O documento é iniciado com o título "A crônica da morte anunciada".