Delação de Delcídio são "400 páginas de delírios", diz Renan Calheiros

Delação de Delcídio são "400 páginas de delírios", diz Renan Calheiros

Presidente do Senado afirma que não se preocupa com as acusações feitas pelo senador

AE

Presidente do Senado afirma que não se preocupa com as acusações feitas pelo senador

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou há pouco que a delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), homologada nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são "400 páginas de delírios". Na chegada a seu gabinete, o peemedebista repetiu seis vezes em entrevista que as afirmações de Delcídio são "delírios" e que não tem nenhuma preocupação com as acusações feitas pelo senador.

Renan sugeriu que a pena do delator deveria ser aumentada caso suas acusações não se confirmem. "Na delação, quando não houver prova, precisa agravar a pena, teria que ser um agravante, e não atenuante", defendeu. Ele não quis responder se Delcídio deveria perder os benefícios da delação por supostamente ter mentido.

Questionado, o presidente do Senado rebateu as menções feitas por Delcídio sobre suspeitas que envolvem pessoas que atuariam para ele, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que deixou o cargo após revelações da Operação Lava Jato, e o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE). "Isso é um delírio do senador Delcídio que não merece nem resposta", criticou.

Renan repetiu o que sua assessoria de imprensa havia dito em nota distribuída mais cedo em relação a uma eventual intervenção do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para relaxar a prisão decretada pelo Supremo contra Delcídio. "Com relação a mim, ele não falou, não falaria, e a decisão do Senado (de manter a prisão) foi pública, em favor da decisão do Supremo", disse.

Manifestações


Alvo da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desdenhou há pouco das citações feitas a ele nos protestos do domingo, 13. "Eu não vi, engraçado. Teve um cartaz, mas eu não vi", disse, lacônico, durante entrevista na chegada a seu gabinete.

O peemedebista destacou que a manifestação tem que ser levada em consideração por ter sido expressiva, democrática. Mas disse não ser possível avançar a etapa sobre o impeachment, que tramita no momento na Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado tampouco deu detalhes da conversa que teve, na noite desta segunda, 14, com a presidente Dilma Rousseff. Disse apenas que foi uma "conversa conjuntural" e que trataram de questões relativas ao dia a dia. "Definitivamente não sou nem governista nem oposicionista. Sou presidente do Congresso Nacional e como presidente do Congresso Nacional tenho procurado me pautar por equilíbrio, isenção, responsabilidade. Tenho percebido que a percepção que a sociedade tem com relação ao que deve ser um presidente do Congresso Nacional é exatamente essa", disse.

Lula


Renan afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não o procurou para falar sobre a eventual nomeação dele ao cargo de ministro de Dilma. Mesmo interlocutor da presidente, ele preferiu se abster de opinar - na semana passada, disse que o ex-presidente poderia ajudar o governo com ou sem cargo.

"Eu não tenho absolutamente nenhuma informação com relação à composição do governo. Eu, pelo contrário, fiz questão de não participar desse tipo de conversa, para que o presidente do Congresso Nacional não perdesse a isenção", disse.

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