Delcídio mostra "muita preocupação" e se nega a botar mão no fogo por governo Temer

Delcídio mostra "muita preocupação" e se nega a botar mão no fogo por governo Temer

Senador cassado também criticou posturas de Dilma e avanço "sistêmico da corrupção" com o PT

Correio do Povo

Senador cassado também criticou posturas de Dilma e avanço "sistêmico da corrupção" com o PT

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O ex-senador Delcídio Amaral falou contra tudo e todos no programa Roda Viva da TV Cultura, nesta segunda-feira. Cassado na semana passada, ele se negou a "botar a mão no fogo" pelo presidente interino Michel Temer e mostrou "muita preocupação com o que vem por aí" no governo. Ele também fez críticas à presidente afastada Dilma Rousseff, que para ele está "aposentada"; e ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que classificou de "cangaceiro".

Delcídio avaliou que o ministério escolhido por Temer tem bons nomes em Henrique Meirelles e José Serra, mas apontou que muitas outras pastas serão "fraquinhas". "Formos do 8 para o 80, de um governo com pouca política, para um com muita indicação política", relatou. Ele fez uma crítica especial ao ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que para o ex-senador não conhece o mínimo da área. "Temos que torcer para dar certo, mas os primeiros passos preocupam muito", definiu.

Ele também salientou a presença do partido do presidente interino nos esquemas de corrupção. "O PMDB tem envolvimento na Lava JAto. Com a delação da Andrade Gutierrez, vai aparecer bem isso. Minha delação mostra o sistema, quem comandava o que. Isso aparecerá nitidamente. E dentro disso, estou falando de Romero Jucá, Lobão e outros que vão aparecer", disparou.

Sobre a evolução dos esquemas corruptos nas grandes empresas nacionais, Delcídio voltou a salientar que "não foi o PT que inventou a corrupção", mas creditou ao partido um salto nos procedimentos. "Na minha delação, eu faço uma espécie de histórico, desde lá da época do Itamar Franco e outros presidentes. Muita coisa caducou, mas mostram claramente os casos de corrupção dentro das companhias. Furnas por exemplo, foi uma coisa acachapante", contou Delcídio.

Com o PT, contudo, ele frisou que "começou a existir uma espécie de atuação sistêmica e partidárias. Se criou um nível de operação muito mais amplo, concatenado e com conhecimento das principais lideranças". Segundo Delcídio, antes do governo Lula, se escolhia politicamente o diretor, mas a partir daí, todos os cargos passaram a ter a presença da política na definição.

Sobre Dilma, Delcídio afirmou que a presidente se recusou a ouvir seus alertas e até mesmo os do Lula. "Ele alertou sobre a economia, sobre a política, mas entrava de um lado e saía do outro. Era o pensamento tosco de que ela ia se fortalecer e todo mundo, entrar pelo cano. Ela entrou pelo cano", relatou. "A presidente Dilma não volta mais. Os 55 votos do Senado já demonstram claramente a tendência. Perdeu as condições políticas de governar. Vai para a aposentadoria, sem perspectiva."


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