Deltan Dallagnol pede que povo "proteja" a Lava Jato nas eleições

Deltan Dallagnol pede que povo "proteja" a Lava Jato nas eleições

Procurador afirmou em Porto Alegre que Brasil segue com uma "curva de impunidade"

Correio do Povo

Procurador afirmou em Porto Alegre que Brasil segue com uma "curva de impunidade"

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Coordenador da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol defendeu na noite desta quinta-feira, em palestra na Capital, a continuidade das investigações da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF). Atração principal de evento promovido pela Unimed Porto Alegre, Dallagnol afirmou que é necessário que a sociedade "proteja a operação" e eleja nessas eleições representantes com "passado limpo".

Antes de palestrar para um plateia que lotou o Teatro do Bourbon Country, o procurador fez uma avaliação do contexto político e pontuou dois cenários possíveis para o pleito deste ano. "É muito difícil prever o que vai acontecer, porque a Lava Jato pode ter dois efeitos opostos, que é a renovação, onde as pessoas escolham melhor seus representantes. E o efeito oposto é criar no imaginário das pessoas uma ideia de que todo político é corrupto, um conceito que não é verdadeiro", observou.

O procurador garantiu que a Lava Jato não tem objetivo específico. “Busca aplicar a lei a fatos criminosos, a pessoas que praticaram graves crimes de corrupção”, ressaltou. “Existe uma curva de impunidade que ainda está lá e precisa ser mudada”, acrescentou.

Embora reconheça que o cenário político é incerto, Dallagnol salientou que apenas a sociedade brasileira pode ser vetor de uma mudança profunda. "Podemos influenciar esse processo de modo cívico, apartidário, para buscar que as pessoas ao nosso redor, e nós mesmos, escolhamos nossos representantes com base no critério do comprometimento dessas pessoas com a agenda de combate à corrupção e no passado limpo que elas tenham", avaliou.

O procurador também abordou a importância de aprofundar a participação da população na política. "O compromisso com a democracia é sempre essencial. Algumas pessoas acabam, num ambiente de tanta corrupção, flertando com ideias autoritárias, mas isso não é a solução. Só existe solução para esse problema, que é a corrupção, que corrói a nossa democracia, por meio de mais democracia. Por meio de mais participação da sociedade na coisa pública".

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