Deputados gaúchos se opõem a orientações partidárias contra minirreforma eleitoral

Deputados gaúchos se opõem a orientações partidárias contra minirreforma eleitoral

Maioria da bancada, no entanto, votou pela aprovação do texto-base que pode provocar mudanças já nas eleições de 2024

Correio do Povo

Câmara votou o texto-base na noite de quarta-feira

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Os deputados federais gaúchos, em sua maioria, colaboraram para a aprovação do texto-base da minirreforma eleitoral. Ao todo, 17 parlamentares eleitos pelo RS votaram favoráveis ao projeto, nove foram contrários e houve cinco ausências na sessão da noite de quarta-feira. Grande parte deles respeitou orientações dos blocos nos quais estão inseridos suas siglas.

No entanto, alguns deles se opuseram às orientações, casos de Alexandre Lindenmeyer (PT), Daniel Trzeciak (PSDB), Lucas Redecker (PSDB), Marcelo Moraes (PL) e Sanderson (PL). No PT, federação PSDB-Cidadania e PL a orientação era pelo voto favorável, no entanto, os cinco foram contrários ao texto.

“Há pontos que não temos como aceitar, como por exemplo a pessoa que pega dinheiro de caixa dois, sem procedência, a punição dele será uma multa de R$ 10 a R$ 150 mil. Compra de voto, a mesma coisa. Não será passível de não ser diplomado ou ser cassado. Vai apenas pagar uma multa. Esses pontos comprometem todo o projeto”, afirma Redecker.

Trzeciak disse respeitar a orientação do partido, mas frisou que vota com suas convicções. “Tenho minha própria digital e responsabilidade com o que acredito”, afirmou, completando que a reforma eleitoral está longe de ser uma prioridade. “Ainda mais uma reforma que beneficia a classe política.”

Assim, na bancada da federação PSDB-Cidadania do RS, somente a deputada Any Ortiz votou favorável ao projeto apresentado. Já no PL, enquanto Moraes e Sanderson foram contrários, o presidente estadual do partido, deputado Giovani Cherini, e o deputado Bibo Nunes, votaram favoráveis. Bibo criticou, no entanto, a possibilidade de candidaturas coletivas. Uma emenda foi aprovada, nesta quinta-feira, impedindo esse tipo de candidatura.

O bloco onde estão o PSD, de Luciano Azevedo, e o Podemos, de Maurício Marcon, liberou os parlamentares. Ambos também registraram votos contrários, assim como Fernanda Melchionna (PSol) e Marcel Van Hattem (Novo), mas nestes dois casos, seguindo a orientação dos seus partidos.

Entre os argumentos de Melchionna na crítica ao projeto estão o que enxerga como flexibilização da fidelidade partidária e da compra de votos. Van Hattem destacou, ainda durante a sessão, que diversas alterações são constantemente feitas na lei eleitoral e que a proposta pela minirreforma seria um “puxadinho que só vai piorar”.


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