Deputados que entraram com pedido de habeas dizem que decisão do presidente do TRF4 é ilegal

Deputados que entraram com pedido de habeas dizem que decisão do presidente do TRF4 é ilegal

Em nota, petistas ressaltaram "perseguição política contra o ex-presidente Lula"

Correio do Povo

Após impasses jurídicos, presidente do TRF4 manteve prisão de Lula

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Os deputados Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadih Damous, do PT, classificaram como “ilegal” a decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Thompson Flores, de manter Lula preso, após habeas corpus concedido em regime de plantão.

“A decisão do presidente do Tribunal é ilegal e aprofunda o sentimento de injustiça e perseguição política contra o ex-presidente Lula e haverá de ser reformada”, defenderam os deputados, que entraram com o pedido de habeas corpus no TRF4, em nota divulgada na manhã desta segunda-feira.

Os parlamentares dizem ainda que o presidente “não é autoridade superior aos seus pares” e que, por isso, a liberdade de Lula, concedida em regime de plantão pelo desembargador Rogério Favreto, deveria ter sido cumprida.

Impasse jurídico

Pouco antes das 10h de domingo, Favreto acatou pedido de habeas corpus impetrado pelos deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS), mandando soltar o ex-presidente Lula, preso desde abril, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, condenado na ação penal do triplex do Guarujá (SP).

O juiz Sergio Moro, titular da Lava Jato, ao tomar conhecimento da decisão, mesmo estando de recesso, disse que Favreto não tinha competência para liberar Lula e pediu a manifestação do relator da Lava Jato em segunda instância, Gebran Neto.

Contrariando Favreto, o relator suspendeu a decisão que determinou a liberdade provisória do ex-presidente e determinou que a Polícia Federal do Paraná, onde Lula está preso, não tomasse nenhuma providência para soltá-lo.

Em novo despacho, Favreto reiterou a decisão anterior, mandando liberar o ex-presidente e dando prazo de uma hora para o cumprimento da medida. Por volta das 19h, Thompson Flores suspendeu a ordem de habeas corpus que havia sido dada pelo plantonista da Corte

• Desembargador federal que mandou soltar Lula trabalhou em governos petistas

Confira a íntegra da nota dos deputados

"O desembargador Rogério Favreto é, desde a noite de sexta feira, o magistrado investido de jurisdição no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nesta condição, proferiu decisão em sede de habeas corpus pela liberdade do ex-presidente Lula, nesta manhã. A decisão foi descumprida pela Polícia Federal de forma acintosa, o que representa evidente quebra do sistema de justiça criminal, uma vez que à PF não cabe o papel de exercício de qualquer jurisdição ou poder decisório.

O desembargador Thompson Flores, após a manutenção ilegal do cárcere e a recusa da soltura por parte da PF, mantendo a ilegalidade praticada contra o ex-presidente, proferiu decisão neste domingo a pretexto de dirimir falso conflito de competência entre o relator da lava-jato, Gebran Neto, e o desembargador plantonista Rogério Favreto, para usurpar competência deste último, assim como tentou usurpar o primeiro em decisão anterior.

O presidente do tribunal não é autoridade superior aos seus pares, nem há hierarquia entre os desembargadores do mesmo tribunal. A decisão apenas poderia ser cassada quando do mérito do julgamento do habeas corpus impetrado ou após o término do período de deslocamento temporário de competência do plantão. Quem estava investido de competência e jurisdição é o desembargador Rogério Favreto. A decisão do presidente do Tribunal é ilegal e aprofunda o sentimento de injustiça e perseguição política contra o ex-presidente Lula e haverá de ser reformada.

Deputado Paulo Pimenta PT/RS
Deputado Paulo Teixeira PT/SP
Deputado Wadih Damous"


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