Dilma apela aos parlamentares do PRB pela CPMF
Presidente argumentou dificuldade em fechar as contas em reunião com bancada do partido
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A presidente apelou ainda aos parlamentares para que não aprovassem projetos que aumentem despesas do governo, como o do senador Esperidião Amim (PP-SC), que altera o formato de cobrança dos juros das dívidas dos estados com a União, com impacto nas contas públicas de R$ 300 bilhões. "Isso é impagável", comentou a presidente, de acordo com um dos presentes. Ela ainda defendeu a necessidade de aprovação da reforma da Previdência.
O líder do PRB, deputado Márcio Marinho (BA), falou em nome dos parlamentares. Ele disse que o partido ainda não havia fechado uma posição sobre a CPMF e que ia conversar com a bancada "para ver os pontos positivos e negativos" da proposta.
Nas conversas, que os deputados classificaram como "muito descontraídas" e "simpáticas", a presidente também se queixou de que "não há compreensão" sobre muitas medidas que têm adotado para melhorar as condições do país. Dilma reconheceu ainda que vive uma crise política e econômica e que precisa do apoio dos partidos aliados para vencer as dificuldades que, assegurou, "serão ultrapassadas".
"A presidente recebeu cada um, ouviu um pouco da história de cada um e até deu boas risadas ao ver o deputado Alan Rick (AC) imitando o ex-presidente Lula", contou o deputado Marcelo Squassoni (SP), ao elogiar a mudança de postura da presidente e a disposição dela de "chamar para o lado dela quem vota". "Foi um gesto político importante", comentou.
George Hilton comentou que "a presidente espera que a o Congresso não só compreenda o momento, mas que também ajude, com sugestões, porque, nessa hora de união é que vão surgir ideias para que se construam soluções a médio e longo pra situação do país". Apesar da falta de recursos, a presidente assegurou que não faltará verba para a realização dos Jogos Olímpicos.
O PRB foi a terceira bancada a se reunir com Dilma no Alvorada. A primeira foi a do PTB, na semana passada, seguida do PDT. No total, 14 partidos integram a base aliada do governo. Nas conversas, de acordo com os parlamentares, ficaram de fora assuntos mais delicados como impeachment e a relação difícil com o ex-presidente Lula.