Dilma chega à Rússia e evita falar de acusações sobre golpismo
Presidente participará de jantar oferecido por Putin aos chefes de Estado dos Brics
publicidade
Dilma participará hoje de um jantar oferecido pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, aos chefes de Estado dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Logo depois, está prevista reunião bilateral entre Putin e Dilma. Não há detalhes sobre a pauta do encontro, que será fechado à imprensa. A presidente participará da abertura da cúpula dos Brics. A reunião organizada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem como objetivo estreitar as relações econômicas entre os cinco grandes emergentes, organizando a entrada em operações do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do Fundo Contingente de Reservas (CRA), lançados no ano passado, em Fortaleza.
Para o governo russo, a cúpula dos Brics é uma oportunidade de mostrar que o país não está isolado pela comunidade internacional, mesmo com as sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia em razão do conflito no leste da Ucrânia. A crise diplomática e militar deve ser evocada, assim como a turbulência da Grécia e da zona do euro - tema que no entanto não constava até a terça-feira do rascunho de declaração final que será publicada ao término do evento.
Mas o maior interesse da cúpula é a coordenação econômica e financeira entre os grandes emergentes, que enfrentam reduções em seus ritmos de crescimento ou, no caso do Brasil e da Rússia, recessões. Um dos focos de interesse será o roadmap, o projeto de estratégia de parceria econômica para áreas como investimentos em infraestrutura, comércio, energia, agricultura, tecnologia, entre outras, com iniciativas para acelerar o ritmo de crescimento.
Outro tema importante é a criação das regras de funcionamento do Fundo Contingente de Reservas (CRA), espécie de Fundo Monetário Internacional dos Brics, que disporá de US$ 100 bilhões - dos quais US$ 18 bilhões do Brasil. A outra instituição criada pelos quatro sócios dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), entra neste ano em fase operacional com um total de US$ 50 bilhões para financiar projetos de infraestrutura.