Dilma descarta reforma ministerial antes da votação do impeachment

Dilma descarta reforma ministerial antes da votação do impeachment

Presidente evitou comentar sobre saída do PMDB do governo

Agência Brasil e AE

Dilma assegurou que não fará mudanças nos ministérios até a votação do impeachment

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A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que o Palácio do Planalto não pretende fazer qualquer reestruturação ministerial antes do processo de votação do impeachment na Câmara dos Deputados. “Nós não iremos mexer em nada atualmente. O governo não está avaliando nenhuma mudança hoje”, afirmou, após visitar, na Base Aérea de Brasília, a aeronave KC-390, novo avião cargueiro projetado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Perguntada se considera como precipitada a saída do PMDB do governo, Dilma respondeu que não avalia “ação de partido nenhum”, sequer a de sua legenda, o PT. “Eu não faço avaliações sobre ações partidárias, porque isso não é algo adequado para uma presidente da República fazer”.

Necessidade de um novo pacto pelo diálogo

A presidente lembrou também a necessidade de diálogo para que o país consiga sair da crise. "Nenhum governo conseguirá governar o Brasil se não tiver um pacto pelo diálogo, pela estabilidade, se não respeitarem as regras do jogo". "A hora que desrespeita a regra de um jogo você desrespeita o próprio jogo democrático. É isso que está em questão neste momento"

Dilma afirmou ainda que, desde o início do seu primeiro mandato presidencial, "tentam construir mecanismos" para tirá-la do governo. "Primeiro, foi o pedido de recontagem de votos. Depois, falaram que as urnas tinham problemas e não apareceu problema nenhum. Depois tentaram construir mecanismos para me retirar do governo. Um é esse do impeachment, com as pedaladas fiscais de 2015, que não foram julgadas nem pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nem pelo Congresso", afirmou, lembrando ainda do questionamento sobre as contas de campanha junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Acham que, ao tirar um governo legitimamente eleito, esse País vai ficar tranquilo, vai ter pacificação. Não é. Quando você rompe um contrato dessa magnitude, que é base do presidencialismo, que me deu 54 milhões de votos, você rompe contratos em geral. Você rompe a base da estrutura democrática do País", disse a presidente.

Dilma lembrou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a prever em relatório, no final do ano passado, que o Brasil passaria mais rapidamente pela crise. "Mas isso não se deu e se atribui uma parte disso à instabilidade política. Isso precisa levar em conta", comentou.

Perguntada se o país podia passar por um convulsão, ela disse que não, que o Brasil não está nessa época mais. "Mas, a instabilidade pode permanecer de forma profunda e extremamente danosa. Quando você de fato tem responsabilidade com o País, você não cria tumulto desnecessário. Não cria tumulto sem base. Precisa abrir o diálogo. O governo está inteiramente disposto a abrir o diálogo", disse.

A presidente criticou ainda os que pensam que programas como o Bolsa Família beneficiam uma parcela pequena da população. "Não dá para a população de classe média alta achar que o Bolsa Família beneficia poucos". Ela lembrou ainda que o País tem uma riqueza chamada "mercado interno".

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