Dilma diz que protagonismo do Brics não deve ser confundido com desejo de dominação
Presidente garantiu que o bloco não é uma opção estratégica contrária ao interesse de outros países
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“Nosso ativismo não deve ser confundido com o exercício de poder hegemônico ou o desejo de dominação. Tampouco deve ser visto como uma opção estratégica contrária ao interesse de outros países. A força do nosso projeto é o seu potencial positivo de transformação do sistema internacional, que queremos sempre mais justo e igualitário”, afirmou a presidente, em discurso na 6ª Cúpula do Brics, em Fortaleza.
Na ocasião, foi anunciada a criação do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics e também de um fundo de reservas para o grupo. O banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias. Assinado o acordo que cria a instituição, ela precisara ainda da aprovação do Parlamento de cada um dos cinco países. O fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões, para os países do bloco com dificuldades financeiras e também deverá beneficiar os países emergentes e em desenvolvimento.
Dilma destacou que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul têm incentivado mecanismos de integração econômica e governança regional em suas respectivas regiões e citou como exemplos a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), na América Latina, e as comunidades de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), para o Desenvolvimento da África Austral e de Estados Independentes, além da Associação de Nações do Sul Asiático (Asean).
A presidente lembrou ainda que o crescimento recente dos integrantes do Brics supera o crescimento da economia mundial e destacou a necessidade de fortalecer a parceria econômica entre esses países por meio do Foro Empresarial do grupo. “Nossa atuação não é apenas uma manifestação do que somos hoje. Ela representa, sobretudo, o que queremos ser no futuro próximo e no longo prazo”, acrescentou Dilma.
Para ela, o grupo assumiu papel de protagonista na esfera internacional, principalmente após a crise econômica de 2009. “Estamos não apenas entre as maiores economias do mundo, mas também entre as que mais cresceram nos últimos anos. Os países do Brics são essenciais para a prosperidade do planeta. Somos responsáveis pela mitigação dos efeitos da crise financeira global e pelo sustentado crescimento da economia mundial desde então.”