Disputa pelo comando da Rede opõe Marina Silva a Randolfe Rodrigues

Disputa pelo comando da Rede opõe Marina Silva a Randolfe Rodrigues

Sigla formou uma federação com o PSOL, mas mantém estrutura partidária e agenda próprias

AE

Ministra Marina Silva

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Após receber uma votação inexpressiva na disputa presidencial de 2018 e eleger-se deputada federal por São Paulo em 2022, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vê a influência de seu grupo político na condução da Rede Sustentabilidade sob ameaça. Fundada em 2015, a sigla formou uma federação com o PSOL, mas mantém estrutura partidária e agenda próprias. Nos próximos dias, concluída a escolha de delegados nos diretórios estaduais, a Rede vai eleger seu comando nacional, durante congresso da legenda. Marina, porém, estará na China, na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dois grupos se apresentaram na disputa interna da legenda. A estrutura da sigla não prevê a existência de um presidente, mas, sim, de dois porta-vozes. Batizada de "Rede pela Base", a chapa da situação é encabeçada pela ex-senadora Heloísa Helena (AL) e pelo engenheiro ambiental Wesley Diógenes, candidatos à reeleição ao cargo de porta-voz. Eles têm o apoio do grupo ligado a Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Senado.

A chapa de oposição, chamada "Rede Vive", diz ter o apoio de Marina, embora ela não tenha entrado formalmente na corrida. "Sou o candidato da Marina", disse ao Estadão Giovanni Mockus, postulante a porta-voz nacional.

"Hoje há um grupo dirigente no qual estão aqueles que defenderam a fusão da Rede (com o PT), e outro que defende que a Rede continue existindo", afirmou a deputada estadual Marina Helou (SP), que apoia a chapa Rede Vive.

A tese da fusão da Rede com o PT é defendida por Randolfe. Ele assinou manifesto com outros 20 signatários propondo a reformulação da legenda com a aliança, mas o documento foi rechaçado por Marina. Procurada, a assessoria de Randolfe disse que ele "confia" nos rumos da legenda.

Membro da direção nacional e alinhado com a chapa de Heloísa Helena, Paulo Lamac disse que há um "desejo de protagonismo" de alguns líderes, lembrando que Mockus disputou três vezes a vaga de porta-voz, todas sem sucesso. Heloísa Helena não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.


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