Documento inédito prova que Jango foi espionado na Argentina

Documento inédito prova que Jango foi espionado na Argentina

Exército brasileiro pediu informações sobre exilados no país vizinho durante a ditadura militar

Rádio Guaíba

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A Comissão Nacional da Verdade e o Instituto Presidente João Goulart revelaram, nesta quinta-feira, em Brasília, um documento inédito da ditadura militar. No material, taxado como confidencial e datado de 20 de maio de 1976, pode ser verificada a marca d"água de uma unidade do 3º Exército em Cascavel, no Paraná; e uma lista de 91 nomes de brasileiros exilados na Argentina, entre eles o do ex-presidente João Goulart.

O Exército brasileiro pede ao governo da Argentina, que também vivia sob um ditadura, informações sobre esses exilados. Entre os dados requisitados estão a confirmação dos relacionados, a localização atual, além de documentos de identidades e fotografias atuais e possíveis acompanhantes. A lista abrange, além de Jango, nomes como João Carlos Bona Garcia, Flávio Tavares e Moniz Bandeira.

De acordo com Christopher Goulart, neto de Jango e diretor de Acervo e Comunicação do Instituto Presidente João Goulart, o documento do Exército brasileiro remetido às forças de segurança argentinas prova a existência da Operação Condor, que uniu países latino-americanos na luta contra as chamadas forças subversivas. O papel foi expedido pouco menos de sete meses antes da morte de Jango, em Mercedes, na Argentina. A versão oficial dá conta de que o presidente sofreu um enfarte, mas há suspeita de que ele tenha sido envenenado.

Os restos mortais de João Goulart foram transferidos para Brasília para a realização de testes que podem identificar se ele foi vítima de envenamento ou morreu por problemas cardíacos. O resultado pode demorar um ano para ser finalizado. No último dia 6 de dezembro, 37 anos após a morte, Jango foi novamente sepultado em São Borja, com honras militares. Nessa quarta-feira, o Congresso restitiuiu o mandato do trabalhista como presidente.


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