Dono de imóvel confirma uso por Geddel

Dono de imóvel confirma uso por Geddel

Polícia Federal contabilizou mais de R$ 51 milhões que seriam do ex-ministro

AE

Geddel cumpre prisão domiciliar e ainda não se manifestou sobre dinheiro

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O proprietário do apartamento em Salvador usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima para guardar dinheiro admitiu nesta quarta-feira, ter emprestado o imóvel ao peemedebista. O empresário Silvio Silveira, porém, disse à Polícia Federal que "não sabia" que o local era utilizado para esse fim.

Na terça-feira, a PF fez buscas no endereço, apontado pelos investigadores como sendo um "bunker" usado pelo ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, e encontrou R$ 51 milhões em espécie, montante atribuído ao peemedebista e cuja origem seria propina. A conferência, que levou cerca de 14 horas para ser concluída, indicou R$ 42,6 milhões e US$ 2,68 milhões em cédulas.

Silveira apresentou-se nesta quarta à PF e contou que Geddel pediu o apartamento para estocar "pertences do pai", que morreu em janeiro de 2016.

"A informação é que esse apartamento foi cedido para supostamente guardar pertences do pai do ex-ministro Geddel. Mas quando fomos lá deparamos com dinheiro. Teria sido uma desculpa que ele usou para colocar o dinheiro lá. A nossa função foi cumprir essa busca. No levantamento verificamos esse possível esconderijo", disse o delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da PF na Bahia.

De acordo com ele, os agentes da PF ficaram "surpresos" com a descoberta do volume de dinheiro. Madruga afirmou que a corporação recebeu informações de que o apartamento, localizado no bairro da Graça, em Salvador, poderia ter documentos referentes ao ex-ministro. "Foi pedido um mandado de busca em Brasília e nós demos cumprimento. Os policiais ficaram surpresos. Esperavam encontrar documentos e se depararam com caixas e caixas e malas de dinheiro", disse o delegado.

Geddel ainda não se manifestou sobre a origem do dinheiro a ele atribuído. O ex-ministro está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. Ele foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.

Cui Bono?


O cumprimento de mandado de busca e apreensão foi desdobramento da Operação Cui Bono?, deflagrada em janeiro, que investiga a ocorrência de fraudes em liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal. Batizada de Tesouro Perdido, a ação foi autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Ao autorizar a operação, o juiz disse que Geddel "estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos".


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