Eduardo Leite defende bloco do Sul e Sudeste e diz não ser de 'estado contra estado'

Eduardo Leite defende bloco do Sul e Sudeste e diz não ser de 'estado contra estado'

Discussão sobre uma frente com estados do Sul e Sudeste gerou críticas por demais governadores

Correio do Povo

Anúncio foi feito pela rede social do governador

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O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou nas redes sociais, neste domingo, apoio à formação de um bloco com os estados do Sul e Sudeste. A manifestação ocorre após a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista ao Estadão. Porém, o assunto gerou reações e críticas por parte de governadores do Norte e do Nordeste.

Nos bastidores, a discussão envolve ainda a sucessão presidencial de 2026, tendo em vista que a maioria dos governadores dessas duas regiões são de direita e presidenciáveis, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), além de Zema e Leite. 

A estratégia é que os estados possam agir em bloco, evitando assim sofrer perdas econômicas, como no caso da discussão da reforma tributária no Congresso, e garantir o protagonismo político.

Ao justificar o bloco, Zema destacou  a importância da região na economia, na comparação com estados de outras regiões. "Também já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília". 

Nas redes sociais, Leite afirmou que o grupo não busca colocar "estado contra estado, ou região contra região". "Nunca se achou até hoje que os estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. Pelo contrário, a união desses estados em torno da pauta, que é de interesse comum deles, serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo.”

Integrante do Sudeste, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), porém, foi em outra direção e afirmou que as manifestações de Zema eram uma "opinião pessoal". "O ES participa do Cosud para que ele seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões", escreveu nas redes sociais.

Atualmente já existe um consórcio de integração Sul e Sudeste, que foi criado em 2019. Recentemente, em junho, foi assinado um protocolo para formalização do consórcio e a concepção de atuarem em conjunto pelas soluções regionais. 

Críticas cresceram 

Neste domingo, o Consórcio Nordeste, que é presidido pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), publicou uma carta em repúdio às falas de Romeu Zema (Novo). A crítica ficou pelo "tom" das falas do governador mineiro.

“A união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação, mas uma maneira de compensar, pela organização regional, as desigualdades históricas de oportunidades de desenvolvimento”, diz.

Na nota, o Consórcio Nordeste reitera a defesa da "união nacional" e ressalta que "a união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país".

Porém, diz que o êxito só se dará “na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”, finaliza.

Nas redes sociais, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), também criticou as falas de Zema, dizendo que "no momento em que o nosso país mais precisa de união" Zema "revela-se o maior inimigo da federação brasileira". 

 


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