Educar é intenção da lei sobre o sal, afirma vereadora
Sofia Cavedon ficou surpresa com repercussão que norma teve nas redes sociais
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“A reação nas redes sociais supreende mais pela virulência e militância política do que pelas manifestações em favor da liberdade individual. Claro que as pessoas têm o direito de consumir a quantidade de sal que quiserem, mas existem estudos que demonstram que, em qualquer situação, o consumo se dá por impulso", avalia a vereadora. "Tirar o saleiro da mesa pode fazer a pessoa experimentar primeiro a comida e avaliar se precisa mesmo de mais sal, tempero que sabemos tem vários efeitos sobre a saúde. Educar e refletir é a função da emenda à lei que institui o Programa Menos Sal Mais Saúde, de autoria do Delegado Cleiton (PDT)”, explica.
Do ponto de vista médico, o chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital Moinhos de Vento, Renato Eick, acha que a lei é boa, mesmo que considera-a difícil de cumprir. “Filosoficamente a lei é boa, pois tira do alcance do consumidor uma substância que pode causar desde pressão alta até patologias graves dos rins, como a formação de cálculos, por exemplo. No entanto, é díficil obrigar um ser adulto a adotar uma medida que ele não quer”, destaca.
No comando diário da cozinha do restaurante The Raven, na Cidade Baixa, o chef argentino Julio Cefis, sempre deixou longe das mesas da casa o saleiro. Segundo o chef, o ideal é que a comida saia da cozinha com o tempero na medida certa, pronta para ser degustada. “Nunca, desde que a casa abriu, colocamos saleiro nas mesas. Mas atendemos a solicitação do cliente se ele assim desejar", disse. "A lei é positiva pois denota preocupação com a saúde das pessoas, mas a função do restaurante é fazer o cliente sair satisfeito, então podemos fornecer o sal adicional", conclui.