Eike Batista e Sérgio Cabral viram réus na justiça federal

Eike Batista e Sérgio Cabral viram réus na justiça federal

Juiz aceitou denúncia apresentada nesta sexta-feira sobre desdobramentos da Lava Jato

AE

Juiz aceitou denúncia do Ministério Público Federal apresentada nesta sexta-feira

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O juiz Marcelo Bretas tornou réus, nesta sexta-feira na Operação Eficiência - desdobramento da Lava Jato -, o empresário Eike Batista e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Bretas aceitou denúncia do Ministério Público Federal apresentada na sexta mesmo. Também se tornaram réus a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, Flávio Godinho, Luiz Arthur Andrade Correia, Carlos Miranda, Wilson Carlos e os irmãos Marcelo e Renato Chebar.

Eike foi acusado pela força-tarefa da Lava Jato de ter pago US$ 16,5 milhões em propina ao esquema liderado por Cabral para ter benefícios em seus negócios. Já o ex-governador foi acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ambos estão presos no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.

Somadas as penas de todas as acusações, o ex-governador pode ser sentenciado a até 50 anos de prisão, caso seja condenado às penas máximas. Se considerado culpado, o empresário pode ser sentenciado a até 44 anos de prisão. Eike também é acusado de ter pago mais R$ 1 milhão em propina por meio do escritório de advocacia de Adriana. Segundo os procuradores, para ocultar o repasse, foi firmado um contrato entre o escritório da mulher de Cabral e a EBX, de Eike.

"O empresário não podia dar de presente US$ 16,5 milhões para o governador do Estado. E o governador não poderia ter aceitado. O crime de corrupção já está configurado", afirmou o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas.

Segundo o procurador Rafael Barretto, as decisões do governo estadual poderiam beneficiar ou prejudicar interesses das empresas da EBX. O pagamento de propina não era exatamente para dar prioridade à empresa em alguma obra, mas para obter vantagens de qualquer natureza. "Não estamos vinculando pagamento de propina a empreendimentos específicos do Eike. Havia uma série de interesses do Eike no governo. Era para comprar apoio."

Contradição

As investigações contradizem depoimento de Eike em que o empresário justificou o pagamento ao escritório de Adriana dizendo que tinha sido indicado pela Caixa Econômica Federal. Procurados, os advogados de Eike, Cabral e Adriana não retornaram os contatos até a conclusão desta edição.

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