Eike Batista e Sérgio Cabral viram réus na justiça federal
Juiz aceitou denúncia apresentada nesta sexta-feira sobre desdobramentos da Lava Jato
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Eike foi acusado pela força-tarefa da Lava Jato de ter pago US$ 16,5 milhões em propina ao esquema liderado por Cabral para ter benefícios em seus negócios. Já o ex-governador foi acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ambos estão presos no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.
Somadas as penas de todas as acusações, o ex-governador pode ser sentenciado a até 50 anos de prisão, caso seja condenado às penas máximas. Se considerado culpado, o empresário pode ser sentenciado a até 44 anos de prisão. Eike também é acusado de ter pago mais R$ 1 milhão em propina por meio do escritório de advocacia de Adriana. Segundo os procuradores, para ocultar o repasse, foi firmado um contrato entre o escritório da mulher de Cabral e a EBX, de Eike.
"O empresário não podia dar de presente US$ 16,5 milhões para o governador do Estado. E o governador não poderia ter aceitado. O crime de corrupção já está configurado", afirmou o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas.
Segundo o procurador Rafael Barretto, as decisões do governo estadual poderiam beneficiar ou prejudicar interesses das empresas da EBX. O pagamento de propina não era exatamente para dar prioridade à empresa em alguma obra, mas para obter vantagens de qualquer natureza. "Não estamos vinculando pagamento de propina a empreendimentos específicos do Eike. Havia uma série de interesses do Eike no governo. Era para comprar apoio."
Contradição
As investigações contradizem depoimento de Eike em que o empresário justificou o pagamento ao escritório de Adriana dizendo que tinha sido indicado pela Caixa Econômica Federal. Procurados, os advogados de Eike, Cabral e Adriana não retornaram os contatos até a conclusão desta edição.