Eleição na Argentina trará impactos ao Brasil independente de resultado, diz cientista política
Geraldina Dana foi painelista internacional convidada para evento sobre eleições em Porto Alegre nesta sexta-feira
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No próximo dia 19, a Argentina definirá seu novo presidente. A disputa entre o candidato da situação, o ministro da Economia peronista, Sergio Massa, e o representante da campo da direita, Javier Milei, independente do resultado, trará impactos nas relações como o Brasil. É o que acredita a cientista política Geraldina Dana.
Participando de evento sobre eleições em Porto Alegre, nesta sexta-feira, ela ressalta que, nestas eleições no país vizinho, se debateu particularmente a relação com o Brasil em dois sentidos. O primeiro foi o convite para integrar os Brics, feito por Lula ao atual chefe do Executivo, Alberto Fernández, devendo ser efetivado em caso de vitória de Massa.
O segundo, o ponto de vista ideológico, principalmente por parte de Milei, apoiado no Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Geraldina vê conceitos “macartistas, que rememoram a guerra fria” ao falar sobre o candidato que afirmou cortar relações com Brasil e China, por serem, a seu ver, países comunistas.
No entanto, ela entende que “promessas” como essa não são praticáveis "em termos institucionais e econômicos". “Não é uma questão discursiva, nem demagógica. É também lucro. Os atores que se beneficiam dessa parceria (entre Brasil e Argentina) vão se opor com gravidade”, diz, citando investimentos com recursos brasileiros no país, via BNDES.
“Para o eleitor médio, o mais importante é escolher entre um projeto questionado, mas previsível, do governo ou, por causa de uma legítima decepção com desempenho econômico do sistema dar um salto em algo que pode ser imprevisível”, analisa a cientista argentina.
Geraldina foi uma das painelistas da segunda etapa do Summit Eleições, ocorrida em Porto Alegre. O evento é promovido pelo Centro de Inovação Eleitoral, Político e Governamental (Ciel), com apoio da Rede Essent Jus, da Baila Politics e do Instituto Gaúcho de Direito Eleitoral (Igade), e, até maio do ano que vem, passará por diversas cidades brasileiras.
