Eleições 2024: sem consenso, PT adia definição do nome para disputar a prefeitura de Porto Alegre

Eleições 2024: sem consenso, PT adia definição do nome para disputar a prefeitura de Porto Alegre

Pré-candidata deveria ser anunciada no ato político que acontece neste sábado, mas reunião do diretório na noite de sexta transferiu decisão para a metade de novembro

Flavia Bemfica

Até hoje, 2016 havia sido o pior pleito do PT na conquista de prefeituras

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O PT de Porto Alegre adiou para a metade de novembro a definição de sua pré-candidata à prefeitura da Capital nas eleições de 2024. Inicialmente, a ideia era que a escolha do partido fosse sacramentada na reunião do diretório realizada na noite de ontem, a mesma que ratificou o nome da nova presidente municipal, a deputada estadual Laura Sito. Na sequência, a escolhida para concorrer nas eleições do ano que vem seria anunciada no ato político que acontece na manhã deste sábado. O ato é uma espécie de fechamento das rodadas de debates que a sigla fez nos últimos meses sobre as eleições de 2024. Porém, a legenda não conseguiu construir um consenso, e marcou nova reunião do colegiado para 17 de novembro. Até lá, tentará solucionar o impasse. Duas deputadas pleiteiam a indicação interna. A federal Maria do Rosário e a estadual Sofia Cavedon.

Rosário tem maioria no diretório, mas ainda não o suficiente para obter uma aclamação. Na sexta ela enviou uma carta aberta aos integrantes do colegiado. No documento, solicitou que seu nome não fosse submetido a nenhuma espécie de votação interna. “Afinal, estou à disposição do partido para a construção de unidades, mas jamais para disputas internas”, escreveu. Lembrou ainda da resolução do diretório nacional determinando que “as decisões da tática eleitoral nas capitais e cidades com segundo turno sejam acompanhadas pela direção nacional.”

Nas últimas semanas, os apoiadores de Sofia chegaram a sinalizar que ela abriria mão da postulação em favor de Rosário. Mas acabaram fazendo uma série de movimentos para mantê-la na disputa. Entre eles, o que jogou para dentro dos debates a discussão sobre a realização de primárias entre um nome da federação PT/PCdoB/PV e outro da federação PSol/Rede, de forma a que o vencedor seja o candidato a prefeito de uma coalizão. As primárias, um nome alternativo para prévias, são uma condição do PSol para encaminhar uma aliança na Capital.

A deputada Sofia Cavedon havia anunciado que apresentaria na reunião do diretório um requerimento para que o partido se posicionasse sobre a realização de primárias, mas acabou não fazendo a solicitação. Articuladores de Rosário avaliam que a iniciativa da deputada estadual sobre primárias neste momento teve o objetivo apenas de tumultuar a escolha da candidata petista. Apoiadores de Sofia rebatem que optaram por não encaminhar o requerimento para não aumentar a tensão. Sofia também encaminhou carta ao colegiado na reunião de sexta.  No documento, ela parabenizou Maria Celeste, que deixou o comando do partido, e Laura Sito. E citou o ato deste sábado como “um exemplo de democracia e unidade”. Mas não fez qualquer referência à disputa interna ou à defesa de primárias.


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