Eleições de 2018 e hegemonia de Beto acirram disputa no PSB

Em uma disputa acirrada, o PSB de Porto Alegre realiza neste sábado a escolha da nova executiva municipal. A corrida coloca em oposição o grupo comandado pelo presidente estadual da sigla, Beto Albuquerque, e dissidentes liderados pelos deputados federais Heitor Schuch e José Stédile.

O grupo de Beto, que inclui ainda o deputado estadual Catarina Paladini e o prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, deseja manter no comando do partido em Porto Alegre o atual presidente, Antônio Elisandro de Oliveira. Os federais e o deputado estadual Elton Weber apoiam a candidatura do vereador Airto Ferronato. O vereador encabeça a chapa 1, Socialismo e Igualdade. Oliveira está à frente da chapa 2, PSB para Todos. A disputa sobre o diretório da Capital funciona como prévia da escolha do comando estadual do partido, marcada para setembro.

Além do fim da hegemonia de Beto sobre o PSB gaúcho, a disputa tem como pano de fundo os rumos que a sigla pretende seguir nas eleições de 2018. Internamente, Beto tem defendido a manutenção do apoio do partido a provável tentativa de reeleição do governador José Ivo Sartori (PMDB), na qual ele, Beto, ocuparia uma das vagas da chapa para a disputa ao Senado. Seu grupo trabalha ainda com a possibilidade de que a aliança abarque também o PP, a quem caberia a segunda vaga do Senado na majoritária, com a senadora Ana Amélia Lemos, que já anunciou que disputará a reeleição.

Já o grupo encabeçado pelos deputados federais defende a aproximação com uma candidatura ‘de esquerda’, com clara preferência pelo nome do ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge, nome do PDT para a corrida ao governo do Estado em 2018. Na semana passada Jorge se reuniu com parte das lideranças socialistas que trabalham pela adesão do partido a sua candidatura ao Piratini para articular a ampliação do movimento de apoio ao seu nome dentro do PSB.