"Elevação da tributação virou necessidade", declara Sartori

"Elevação da tributação virou necessidade", declara Sartori

Em entrevista à Guaíba, governador afirmou que RS passou do fundo do poço

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Elevação da tributação virou uma necessidade, diz Sartori

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A realidade financeira do Rio Grande do Sul seguirá trazendo dificuldades para a Administração Pública e o mês de setembro deve ser tão ou mais complicado para o funcionalismo estadual. Quem garante é o governador José Ivo Sartori que, em entrevista ao programa Agora da Rádio Guaíba, afirmou que a elevação de tributos virou uma necessidade em solo gaúcho.

"Eu não assumi compromisso com base ou com partidos. Pensava em elevar a tributação só se a sociedade pedisse e, mesmo que não tenha pedido, entendo que essa situação virou uma necessidade. Se nós quisermos regularizar a situação do Estado, nós temos que entender que isso não é uma tarefa para um governo só ou para um homem só", declarou nesta terça-feira.

Descartando a ideia de fazer um discurso de falso pessimismo, Sartori deixou claro que o parcelamento de salários pode ocorrer em setembro, assim como foi em agosto. "Espero que o Rio Grande tenha consciência disso. Eu digo com toda sinceridade que o mês de setembro será mais difícil do que agosto. Vamos ter muitas dificuldades. Não é que o Rio Grande do Sul tenha chegado ao fundo do poço, ele passou do fundo do poço. Ele passou e muito do seu limite financeiro", acrescentou. 

Ao falar sobre a proposta de elevação dos tributos, Sartori destacou que não tem ideia de quantos votos receberá na Assembleia Legislativa. Para o governador, o mais importante é ter condições de seguir com a iniciativa de regularizar a realidade financeira do Estado. "É uma incógnita. Eu gostaria de ter os 55, mas eu realmente não sei e não ficou calculando. Fizemos de tudo para para que os servidores não fossem prejudicados e acho que estamos fazendo o dever de casa. O que eu espero da Assembleia é que ela me dê ferramentas para construir um novo poder público. Isso vem com a lei de responsabilidade fiscal e, claro, com o remédio amargo: a elevação dos tributos", completou.

Para Sartori não existe dificuldade de comunicação com lideranças, com a base aliada e com diversos setores da sociedade. "Talvez pode ter diminuído as secretarias, posso ter perdido autonomia na hora de liderar, mas era o que tinha que ser feito no começo do governo. Nós encaminhamos à Assembleia a proposta para extinção de três fundações e causou confusão. Mas isso tudo vai ter continuidade. Vai ter a fase cinco, seis e sete. Nós vamos fazer a nossa parte para reestrutura o Estado", prometeu.  

Apesar do parcelamento de salários, corte de secretarias e demora na nomeação de concursados, Sartori não se considerou um governante cruel conforme questionado. "Eu seria carrasco se deixasse o Estado falir. Não fui eu que criei a crise pública. De que maneira é possível resolver a situação financeira do Rio Grande do Sul que não seja enxugando? Não temos que ter o Estado máximo, temos que ter o Estado necessário: com gestão, com controle de gasto, para que nunca mais a gente fique na situação em que estamos atualmente", argumentou.


Assista a um trecho da entrevista:



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