Em Abu Dhabi, Lula diz que Europa e EUA prolongam guerra na Ucrânia

Em Abu Dhabi, Lula diz que Europa e EUA prolongam guerra na Ucrânia

Em entrevista a jornalistas, o presidente defendeu também a criação de uma espécie de G20 para restabelecer a paz mundial

R7

Em entrevista a jornalistas, o presidente defendeu também a criação de uma espécie de G20 para restabelecer a paz mundial

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (16) em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, que os Estados Unidos e a Europa contribuem para o prolongamento da guerra na Ucrânia. Em entrevista a jornalistas, ele defendeu a criação de uma espécie de G20 para restabelecer a paz.

"A paz está muito difícil. O presidente [da Rússia, Vladimir] Putin não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra", disse.

Lula afirmou ainda que a decisão sobre a guerra na Ucrânia, que foi atacada e invadida pela Rússia no início do ano passado, foi tomada pelos dois países. "A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países", completou.

G20 da paz

O presidente, que volta ao Brasil neste domingo (16), reiterou a proposta da criação de um bloco de países neutros para promover negociações de paz nos moldes de um "G20 pela paz". O petista afirmou ter conversado com a China e os Emirados Árabes Unidos sobre essa proposta.

"Estamos tentando construir um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. [...] Quando houve a crise econômica de 2008, rapidamente criamos o G20 para tentar salvar a economia. Agora, é importante criar um outro G20 para acabar com a guerra e estabelecer a paz", ressaltou.

"Briga de família"

Na última sexta-feira (14), durante a passagem pela China, Lula comparou a guerra a uma briga de família e a uma greve, "que não se sabe como termina", e sugeriu a criação de um grupo de países com "boas relações" com Rússia e Ucrânia para discutir o fim do conflito. "É preciso ter paciência pra conversar com o presidente da Rússia. É preciso ter paciência pra conversar com o presidente da Ucrânia. Mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra, pararem", disse.

1 ano de guerra

A invasão da Ucrânia pela Rússia completou um ano em 24 de fevereiro de 2023. Desde o início do conflito, Kiev — capital ucraniana — passou a receber armamentos e munições de vários países europeus e dos EUA, o que possibilitou segurar o avanço russo e transformar uma guerra que Putin planejava terminar em poucas semanas em um conflito que dura já mais de um ano.


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