Em depoimento na Assembleia, Basegio reitera inocência

Em depoimento na Assembleia, Basegio reitera inocência

Deputado do PDT é acusado pelo ex-chefe de gabinete de recolher parte do salário de funcionários

Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba

Deputado do PDT é acusado pelo ex-chefe de gabinete de recolher parte do salário de funcionários

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Em depoimento na subcomissão de Ética da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira, o deputado Diógenes Basegio (PDT) negou tanto o fato de ter mantido uma funcionária fantasma em gabinete, quanto de ter sido conivente com as irregularidades praticadas pelo ex-chefe de gabinete Neuromar Gatto. O ex-servidor garante ter fraudado documentos e odômetros dos veículos do gabinete para gerar compensações financeiras indevidas, a mando de Basegio.

Já o deputado sustenta que, quando percebeu um aumento significativo no uso de diárias pelo então chefe de gabinete, decidiu exonerá-lo. Entretanto, alegou que não houve nenhuma denúncia formal sobre as ações de Neuromar à Polícia Civil ou ao Ministério Público sobre esses temas porque “não havia provas contundentes” contra o então chefe de gabinete.

“A atitude que cabia a mim, eu tomei. No momento em que nós detectamos alterações não compatíveis com o bom andamento aqui da Assembleia, nós o exoneramos. Mas nós não tínhamos provas cabais para acusá-lo”, afirmou o deputado.

Já sobre a suposta funcionária fantasma, Edi Vieira, Basegio garante que ela cumpriu as funções normalmente em Passo Fundo durante os cinco meses em que permaneceu como Cargo em Confiança do gabinete, entre julho e novembro de 2011. O ex-chefe de gabinete de Basegio denunciou que ela foi contratada no lugar do marido doente, mas não cumpria as funções dele. Basegio negou essa afirmação  e disse que ela foi contratada por conta do trabalho que sempre realizou ao gabinete, mesmo antes de receber salário para isso.

“A nomeação da dona Edi foi em decorrência de que ela vinha fazendo essas atividades para nós no interior. E nós entendemos que era importante mantermos esse apoio. E o Neri (marido de Edi e ex-assessor de Basegio) também era uma grande liderança e eles trabalhavam de forma compartilhada. Ele com suas limitações (por conta de um câncer), mas trabalhando”, argumentou.

O parlamentar Enio Bacci (PDT), relator da subcomissão, avaliou como firme o depoimento do deputado suspeito, mas lembrou que o conjunto de fatos vai ser decisivo para o relatório final. “O depoimento do deputado Basegio foi importante, ele foi muito firme, isso deve ser considerado, mas não de forma isolada, e sim no conjunto de todos os depoimentos e documentos que estão no processo”, resumiu.

No depoimento de hoje à subcomissão de Ética, o deputado Basegio também foi questionado sobre os altos números de quilômetros gastos com gasolina nos meses em que Neuromar Gatto relata que fraudou o odômetro dos veículos oficiais. O deputado Basegio alegou que assina muitos documentos e que não percebeu a diferença de quilômetros nos meses de fraude, assim como o decorrente ingresso de valores acima da média na conta do gabinete. Já a defesa do pedetista desistiu de arrolar testemunhas anexando aos autos depoimentos já prestados por elas ao Ministério Público.

Até a próxima quinta-feira, o relator da subcomissão espera entregar à Comissão de Ética a avaliação conjunta do caso. O relatório vai ser construído juntamente aos outros dois integrantes da subcomissão, o revisor deputado Jeferson Fernandes (PT) e Sergio Turra (PP). Se o relatório apontar no sentido da cassação e for aprovado na Comissão de Ética, segue para Comissão de Constituição e Justiça e, na sequência, para o Plenário da Casa, onde depende de 28 votos (maioria absoluta) para se consolidar a cassação. Se o relatório apontar pelo arquivamento e for assim aprovado pela Comissão, o processo disciplinar contra Basegio é extinto.

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