Em discurso na ONU, Lula critica trabalho de líderes internacionais no combate à desigualdade

Em discurso na ONU, Lula critica trabalho de líderes internacionais no combate à desigualdade

Presidente também lamentou as mortes por conta das chuvas no RS

Correio do Povo

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje o trabalho de líderes internacionais no combate à desigualdade, durante seu discurso na 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Para o presidente brasileiro, o destino de grande parte da população parece estar traçado no momento do nascimento por conta do desnivelamento social. 

O presidente ressaltou considerar inadequada, por exemplo, a diferença em direitos especiais de saque para países europeus e africanos. "Os dez maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade. É preciso, antes de tudo, vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo", destacou. 

Para Lula, problemas como racismo, intolerância e a xenofobia se alastram ativadas por novas tecnologias "supostamente criadas para nos aproximar", e a desigualdade está na raiz desses fenômenos ou atua para agravá-los. "A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Mas só o fará se seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la", pontuou. 

Segundo o líder brasileiro, sua presença na ONU se dá por conta da vitória na democracia no país. "O Brasil está de volta para dar a sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais globais", expressou. O chefe do Executivo iniciou o discurso lamentando as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram grande destruição e deixaram 48 mortos, além de dez desaparecidos. "Hoje a crise climática bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, mata e impõe perdas e sofrimento, sobretudo aos mais pobres", constatou. 

É a oitava vez que o presidente brasileiro participa da assembleia da ONU. A comitiva do Brasil é formada por 12 ministros. Sete ministros participarão de eventos ligados diretamente à assembleia. Os demais não fazem parte da delegação, mas estão na cidade cumprindo agendas oficiais.


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