Em reunião dos Brics, Dilma diz que Brasil quer expandir infraestrutura

Em reunião dos Brics, Dilma diz que Brasil quer expandir infraestrutura

Encontro da cúpula termina nesta quarta-feira em Durban

AE e AFP

Presidentes dos países dos Brics se reúnem em Durban, na África do Sul

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Em encontro dos países dos Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que o País vive um momento de renovar e expandir a infraestrutura. "Estamos procurando renovar e expandir a infraestrutura brasileira", disse a presidente, em Durban.

Em discurso para os chefes de Estado e comitivas de empresários presentes, Dilma afirmou ainda que o plano de investimentos brasileiro soma 250 bilhões de dólares e que o objetivo é atrair a participação estrangeira. "Temos um projeto bastante significativo, assim como a China, de 250 bilhões de dólares", afirmou. "Pretendemos atrair parceiros para esse investimento", completou, dizendo que esses recursos serão compostos por aportes públicos, privados nacionais e internacionais.

Dilma saudou ainda a criação do conselho de empresas dos países dos Brics, com a participação de empresas brasileiras (Banco do Brasil, Weg, Vale, Gerdau e Marcopolo). "O conselho é um mecanismo inovador e vai contribuir para a comunidade de negócios entre países", disse. A presidente disse que o momento atual é marcado por profundas mudanças econômicas que tornam os países dos Brics atores fundamentais para a economia mundial. "Pela primeira vez, no ano passado, os países em desenvolvimento atraíram mais investimento estrangeiro direto do que os países desenvolvidos", comentou a presidente, lembrando que os Brics ficaram com 20% desse total (263 bilhões de dólares).

Ela também ressaltou as políticas de combate à crise. "Resistimos à crise global, que afeta os mercados desenvolvidos, com políticas que reforçam nossa capacidade de crescimento e nossa estabilidade econômica. "Nos distinguimos, também, porque temos aplicado modelos de desenvolvimento econômico com inclusão social", afirmou. "Isso amplia nossos mercados domésticos. Além de ser questão ética, é questão econômica para ampliar o mercado interno."

Brics reduzem divergências para tirar do papel o novo banco

As potências emergentes do grupo Brics discutem nesta quarta-feira, segundo e último dia da cúpula em Durban, os detalhes que permitirão tirar do papel um novo banco de desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial, e para financiar obras de infraestrutura. "O banco dirigido pelo Brics mobilizará a economia interna e fornecerá financiamento conjunto a infraestruturas em regiões em desenvolvimento", considerou nesta quarta-feira o presidente sul-africano, Jacob Zuma.

Mas o ministro de Comércio da África do Sul, Rob Davies, indicou que ainda são negociados detalhes do acordo. "Obviamente haverá um processo de implementação do resto dos detalhes". As negociações prosseguirão em setembro na Rússia, paralelamente ao G20 previsto em São Petersburgo, afirmou o ministro das Finanças russo, Anton Silaunov.

A criação do banco pretende estabelecer uma infraestrutura de empréstimos para projetos de desenvolvimento, em paralelo ao Banco Mundial, principal ator neste campo há sete décadas. Trata-se de um projeto-chave para o objetivo dos Brics de construir alternativas para as instituições dominadas pelas potências ocidentais.

Em termos mais gerais, os Brics - que representam 25% da economia e 40% da população mundial - procuram aumentar a cooperação entre eles e ter mais influência internacional, refletindo os novos equilíbrios planetários diante de um ocidente afundado na crise econômica.

A sessão desta quarta-feira também será amplamente consagrada a discutir o desenvolvimento da África, que espera se beneficiar do dinamismo do Brics, embora com temores diante do poderio da China, frequentemente denunciada por impor condições de comércio com efeitos equiparáveis aos das velhas metrópoles coloniais. A cúpula também abre espaço a encontros bilaterais, como o que será realizado no fim da tarde entre o presidente da China, Xi Jinping, e Dilma Rousseff.

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